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O dia em que Silke Guilamba estreou-se como actriz

Silke Guilamba estreou-se como actriz esta quarta-feira, no Centro Cultural Moçambicano-Alemão, na Cidade de Maputo. A artista contracenou com Mateus Nhamuche, na peça Molhar na chuva com os corvos. A produção da peça foi feita por António Sitoi e a música esteve na responsabilidade de Arsénio Gonçalo.

Até esta quarta-feira, Silke Guilamba era apenas uma talentosa cantora, autora dos discos Namasté e Eleven, assinados com o pseudónimo Tégui. No entanto, porque a música também prega algumas partidas aos seus executores, a cantora estreou-se como actriz através da peça teatral Molhar na chuva com os corvos. “Foi uma experiência muito enriquecedora e um desafio”.

Ao longo de mais ou menos 30 minutos, Silke Guilamba sentiu que conseguiu aprender alguma coisa que, eventualmente, irá usar no futuro. “A peça exigiu de mim muito exercício, muita entrega e também uma libertação. Deixe-me levar para poder interpretar a personagem”.

Na peça adaptada do texto do escritor Mélio Tinga, publicado na antologia Espíritos quânticos, organizado por Virgília Ferrão, Silke Guilamba interpretou o papel de Berta, filha de um antigo militar morto em combate. Trata-se de uma personagem fantástica, que, depois de ser morta, reaparece em sua casa para exigir um enterro digno. Apenas o irmão de Berta, Miguel (Mateus Nhamuche), consegue vê-lo, esmerando-se, por isso, em provar que o pai continua presente, apesar do que lhe aconteceu. “É uma peça profunda, que nos fala muito da perda e da morte que nos diz respeito a todos”.

Molhar na chuva com os corvos é uma peça que une representação, música e movimentos condizentes com a dança contemporânea. A ideia toda foi do encenador e actor Mateus Nhamuche. Para Silke Guilamba, essa mistura toda foi oportuna: “Veio a calhar porque estou numa fase da carreira que ando à procura de fazer coisas novas. Esta foi mais uma oportunidade de melhor explorar a arte e descobrir-me como artista”.

Não obstante ter sido exigente, Silke Guilamba confessa: “Apesar de ser a minha primeira actuação, como actriz, senti-me em casa e foi muito natural, para mim, fazer a peça”.

Há uns dois ou três anos, Mateus Nhamuche conheceu Silke Guilamba numa actuação musical que a cantora teve com Rita Couto, na Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia (FEIMA), na Cidade de Maputo. “Eu ouvi-a cantar e mexeu comigo. Quando pedi ao Mélio Tinga para me propor um texto de palco, achei que a Silke seria a pessoa certa. No princípio, eu a convidei apenas para cantar”. Contudo, a música e/ou o teatro lá pregaram essa partida à cantora que, desde 17 de Agosto de 2022, integra o elenco dos novíssimos actores moçambicanos.

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