O Presidente da República e do partido no poder quer maior intervenção da Organização da Mulher Moçambicana (OMM) com vista a desencorajar o recrutamento de jovens para engrossar as fileiras dos terroristas e a infiltração destes nas comunidades. Filipe Nyusi falava esta quarta-feira, no distrito de Matutuíne, província de Maputo, na abertura da 47ª sessão ordinária do secretariado nacional da organização, braço da Frelimo.
“A OMM deve continuar na vanguarda”, potenciando “a vigilância contra os agentes do inimigo, consciencializando os jovens, nossos filhos, a não aderirem às fileiras dos terroristas e dos homens armados da Renamo, para matar os seus próprios familiar e destruir” o que os moçambicanos construíram “com muito sacrifício”, exortou o Presidente da República.
Nyusi falou igualmente dos esforços empreendidos pelo Governo para resolver os conflitos militares no centro e norte do país: em Manica, Sofala e Cabo Delgado. “Não havendo outra hipótese e por forma a defender a população indefesa, o Governo tem vindo a reforçar a capacidade de resposta das Forças de Defesa e Segurança no combate a esses inimigos do povo moçambicano”, explicou o Chefe do Estado, ajuntando que “na região centro, além das acções das Forças de Defesa e Segurança, visando conter os ataques da Junta Militar da Renamo, o Governo continua empenhado no diálogo com todas as forças vivas da sociedade”.
Segundo Nyusi, é neste sentido que prossegue o processo do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens armados da Renamo.
Dentre vários assuntos, esteve no topo de agenda da reunião a necessidade mobilização de recursos que visem amparar as milhares de mães solteiras e vítimas do terrorismo no norte do país e não só.
Na ocasião, o Chefe do Estado exigiu também integração de jovens e inclusão de pessoas que pensam diferente. Filipe Nyusi destacou que quer maior envolvimento da mulher na solução dos desafios que o país actualmente enfrenta.
Mariazinha Niquisse, secretária-geral da OMM, falou da necessidade de trabalho psíquico e social em apoio às vítimas da violência armada em Manica, Sofala e Cabo Delgado.
Com os olhos postos já nas eleições de 2023, Mariazinha Niquisse foi mais além ao frisar que um dos mecanismos para vitória será apostando na inclusão de jovens e mais união no seio da organização.