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Nos últimos 10 dias, mais de 44 mil pessoas já atravessaram Ressano Garcia 

De 13 a 21 de Dezembro corrente, o posto fronteiriço de Ressano Garcia recebeu mais de 44, 257 pessoas, das quais mineiros, farmeiros e turistas, tanto em entradas, como saídas. As autoridades migratórias prevêem aumento do fluxo entre os dias 23 e 24 de Dezembro, principalmente de entradas para o país, a fim de passarem, com suas famílias, a festa do Natal.

Porque a tendência dos últimos dias é crescente, principalmente de entradas para Moçambique, as autoridades migratórias dizem que estão prontas para responder ao fluxo que se prevê para os próximos dias.

Numa visita ao posto fronteiriço de Ressano Garcia, o vice-ministro de Emprego e Segurança Social escutou as preocupações dos mineiros e outros viajantes, reuniu-se com os membros da força conjunta e instou maior intervenção para que a operação “Asanti Sana” decorra sem sobressalto.

Esta força conjunta é composta por agentes da Polícia de Protecção, Serviços de Migração, Alfândega, Trânsito, Ministério do Trabalho e Segurança Social, entre outros.  O objectivo é fazer de tudo para que as enchentes, desorganização, roubos e violações da fronteira, que se verificaram na quadra festiva 2020-2021, não voltem a acontecer.

“Efectivamente, estão mais organizados em todos os tempos. Então, queríamos que os colegas continuassem a entregar-se cada vez mais. Desta vez, encontramos os Serviços de Segurança Social Obrigatória que é para estes mineiros terem esta noção de descontar e para se beneficiar, no futuro, do nosso Sistema de Segurança Social”, disse o vice-Ministro de Emprego e Segurança Social, Rolinho Farnela.

No entanto, quanto mais se aproxima a quadra festiva, o fluxo de viaturas, pessoas e bens que querem entrar ou sair do país tende a aumentar, mas o comando conjunto já tomou medidas.

“Estamos preparados, de facto, para atender este movimento migratório, por isso já está a funcionar o quilômetro sete e todas as forças já estão posicionadas neste sistema e para que uma parte do fluxo migratório seja controlada neste ciclo e outra noutro”, referiu Juca Bata, porta-voz da operação “Asanti Sana”.

Juca Bata revelou ainda que, só na Cidade de Maputo, se espera receber mais de 250 mil pessoas, durante o fim de ano, principalmente quando encerram hoje (23) as minas na África do Sul.

Por exemplo, só na manhã desta quarta-feira, mais de 3 mil pessoas atravessaram a fronteira, mas nem todos estavam legais. Alguns preferiram ludibriar as autoridades para entrar na terra do rand, mas sem sucesso.

“Neutralizamos 447 violadores de fronteira; todos estes foram testados para COVID-19, dos quais alguns testaram positivo e estão a ser acompanhados”, concluiu Bata.

Apesar desta organização, há quem só vê desorganização do lado de Moçambique e pede intervenção.

“Não trabalham bem aqui, em Moçambique. Está tudo lento, contrariamente ao que sucede na parte sul-africana, onde não ficamos nem 5 minutos. Estamos aqui desde às 11 horas, mas não sabemos o que se passa lá a frente”, anotou um dos cidadãos sul-africanos.

Pedro Tembe, também mineiro, aponta a COVID-19 como culpada por tanto tempo de espera. “Está difícil em ambos os lados. A fronteira anda cheia devido à COVID-19. Mesmo do lado da África do sul está cheio”, referiu.

No entanto, para garantir que estes e outros problemas não manchem a operação “Asanti Sana”, o viceministro de Emprego e Segurança Social, Rolinho Farnela, visitou, esta quarta-feira, a fronteira de Ressano Garcia para a monitoria das actividades de assistência ao trabalhador mineiro e das farmas.

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