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Não implementação de políticas dificulta luta contra desnutrição crónica

Pesquisadores da área de segurança alimentar e nutricional dizem que Moçambique e outros países do continente devem apostar na implementação das leis já existentes para estancar a desnutrição crónica que actualmente afecta 43 por cento dos moçambicanos.

Juntos no Diálogo regional de Alto Nível sobre Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional, pesquisadores do sector defendem que o continente deve parar da fazer convenções e políticas “bonitas” e não coloca-los em prática de forma a acabar com a fome, como, aliás, é o objectivo da criação destes instrumentos.

Para os especialistas em pesquisa de agricultura, segurança alimentar e nutricional, não tem importância desenhar-se políticas que não têm impacto na vida das pessoas, ou então não se estará a fazer “o que era suposto fazer”.

Ainda assim os participantes do encontro reconheceram que a implementação dessas políticas não é necessariamente responsabilidade do governo, mas sim de todos os intervenientes. “Então uma das coisas que nós queremos fazer aqui é trazer todos os parceiros mais importantes, nomeadamente, os camponeses, sociedade civil e as Organizações Não Governamentais. Todos para que se trabalhe na implementação destas políticas”, disse o representante da FANRPAN, uma organização da União Africana que coordena as pesquisas no sector da segurança alimentar em quase todo o continente.

Os especialistas defenderam ainda que os governos devem envolver os intervenientes do sector sempre que forem desenhar quaisquer políticas neste sector, porque “quando fazemos sem o parecer das pessoas é daí que as coisas correm mal”.

Feito o exercício de inclusão de todos os intervenientes na criação das leis, os participantes defendem que cada actor da cadeia deverá ter clareza das suas funções e que se deve determinar prazos para essa implementação.

O encontro de debate entre instituições de pesquisa no sector da agricultura e segurança alimentar é organizado pela Graça Machel Trust em pareceria com a Minds, ambas instituições da zona austral de África.

Graça Machel defendeu, na ocasião, que o debate deve focar-se principalmente da erradicação da fome, este é, aliás, um dos objectivos desenvolvimento sustentável. Para Machel, a melhor forma forma de estancar a forma e acelerar o desenvolvimento humano em Moçambique e no continente todo, é a aposta na agricultura, uma das principais fontes de rendimentos dos cidadãos.

É tese de Graça Machel a de que “Governo nenhum, nem sector público, vai criar empregos para todos estes jovens que estão a crescer agora. Com a agricultura, se for transformada tecnologicamente, podem não ter emprego, mas vão ter trabalho”.

O evento reúne pesquisadores de quase todos os países do continente africano e vai ter a duração de três dias. E acontece numa altura em que faltam 12 anos para 2030, ano em que a África deverá ter estancado por completo a fome.

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