Vários músicos presentes na cerimônia fúnebre do rapper moçambicano, Azagaia, falaram dos feitos marcantes do artista cujas composições impactaram a sociedade.
MC K – Rapper: A minha reacção foi de choque porque Azagaia tinha que estar aqui em Angola neste mês de Março e não foi possível. Nós tínhamos um conjunto de projecto em carteira para fazer numa trindade entre Mc K, Azagaia e Valete e infelizmente Azagaia foi-se sem possibilidade de dizer adeus, sem possibilidade de concluir aquilo que eram os nossos projectos, portanto é uma situação de choque, continuamos chocados. Desde já, estendo a minha solidariedade ao povo irmão de Moçambique, é uma perda generalizada, é uma perda de Angola, é uma perda do continente, é uma perda da língua portuguesa. Azagaia era um dos maiores representantes do português. Eu conheci Azagaia em 2007 num festival em que celebravamos a língua portuguesa na cidade de Porto, em Portugal. Na altura, estava com o álbum Babalaze e nós participámos no festival do Porto.
WAZIMBO – Músico: São lágrimas apenas, mas com esperança de continuar a luta de Azagaia; afinal de contas, foi a luta de todos nós, então, para nós que ficamos, o dever e a obrigação que temos é continuar esta luta.
KALIZA – Músico – Acredito que, como ele mesmo disse nas entrevistas, dava entender que era uma pessoa com consciência muito elevada, sabia que a morte era uma coisa que todos nós pudemos provar e, por isso, ele vivia intensamente e deixou ficar as suas obras.
DIKEY – Músico: Homens iguais a Azagaia, que fazem diferença, que nos impulsionam, que muitas vezes abrem as nossas mentes… são raros.
BEAT KEEPA – DJ: A mensagem está lá, registada; cabe a nós, jovens, pegar essas mensagens para unir o povo e encontrarmos consensos e, em função disso, lutarmos por um Moçambique melhor.
ELÍSIO DE SOUSA – Jurista: Moçambique perde uma figura que tinha um grande impacto social, uma figura que definia outra perspectiva da juventude, muito querido, corajoso, intelectualmente preparado.
BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS – Académico: O povo não está no poder, nem em nenhuma parte, é aquilo que eu conheço, mas não devemos desistir dessa luta e essa luta é de sempre. É uma luta dos pobres oprimidos, dos pobres explorados em toda parte e ela deve ser continuada. E é um indicador realmente capaz de trazer toda essa mensagem de maneira dinamizada e que mostra hoje esse funeral de maneira que mobilizava. Sinto-me bastante feliz dentro desta mágoa, feliz de poder ver as imagens que mostram muito bem a gratidão dos jovens moçambicanos que foram tocados pela mensagem de Azagaia. Eu creio que os políticos devem olhar para isso, ver que está aqui também uma manifestação de protesto contra injustiças e problemas que não foram resolvidos
ALLAN – Rapper: É a última homenagem ao líder a nível de hip-hop moçambicano.