A antiga corredora moçambicana, única campeã olímpica nacional, Maria de Lurdes Mutola, diz que ainda pensa em chegar ao dirigismo no país, mais concretamente na Federação Moçambicana de Atletismo, para melhorar e ajudar a formar mais atletas que tragam medalhas ao país, tal como ele fez, enquanto activa
Maria de Lurdes Mutola conquistou a única medalha de ouro de Moçambique e dos Países Africanos de Língua Portuguesa, PALOP’s, a 25 de Setembro do ano 2000, ou seja, há 20 anos, concedeu uma entrevista ao canal desportivo da Rádio Moçambique e assumiu que gostaria de um dia chegar a presidência da Federação Moçambicana de Atletismo, para ajudar a desenvolver uma modalidade que a projectou para o mundo e onde se notabilizou com vitórias memoráveis e eternas.
Para Lurdes Mutola, o que vai ajudar na sua liderança a frente dos destinos do atletismo moçambicano será a vasta experiência e ensinamentos adquiridos fora do país, tendo em conta que esteve a trabalhar, desde que abandonou as pistas, na vizinha África do Sul, onde o desporto é levado mais a sério.
Entretanto, Lurdes Mutola reconhece que vai enfrentar muitas dificuldades para chegar a presidência do organismo que gere o atletismo moçambicano. Ao RM Desporto, Mutola disse que no atletismo estamos muito atrasados, deixando claro a sua tristeza por isso, para depois confirmar que “um dia gostaria de trabalhar na federação e talvez ser mesmo presidente da federação. Tentar, não digo que vou conseguir porque não é fácil. E tentar implementar aquilo que eu aprendi lá fora e aplicar para os nossos atletas e nossa federação a ver se Moçambique consegue produzir mais atletas, mais Lurdes”.
A “menina de Ouro” do nosso país diz que tem recebido vários convites de pessoas ligadas ao atletismo moçambicano, e não só, mas também de desportistas, para que regresse ao país e abrace a presidência do atletismo por pelo menos um mandato.
“Tenho recebido muitos telefonemas dos atletas, dos dirigentes e treinadores a pedirem para pelo menos ficar naquela posição durante uns quatro anos. Eu sei que não é fácil para qualquer presidente, mas acho que podemos mudar qualquer coisa e é altura de talvez mudarmos a maneira como trabalhamos” disse a campeã olímpica dos 800 metros, em entrevista ao RM Desporto e citada pelo Lance.
Maria de Lurdes Mutola não deixou claro para quando essa aventura pela presidência da Federação Moçambicana de Atletismo, mas esclareceu que precisa, primeiro, traçar um plano e só depois vai decidir se avança ou não na corrida ao cargo mais alto do dirigismo moçambicano do atletismo.
Comité Olímpico de Moçambique ainda não está nos planos
Num outro desenvolvimento da entrevista, a medalha de Ouro dos 800 metros, em Sydnei, Austrália, em 2000, disse que ainda tem traçado nenhuma passagem pela liderança do Comité Olímpico de Moçambique, um organismo nacional que gere os atletas qualificados e aqueles que estão na rota das provas olímpicas a cada ciclo de quatro anos.
Mutola diz que neste momento só pensa no atletismo e em como ajudar a modalidade, aproveitando os contactos que tem no estrangeiro, para que melhore e saia do marasmo em que se encontra actualmente. “Ainda não sonhei até lá, mas eu gostaria primeiro de começar no atletismo porque é a modalidade que tenho conhecimento e eu acho que podia dar o meu melhor ali. Posso ter muito apoio de países de fora mesmo onde estou a trabalhar agora como coordenadora da Nike posso ter apoio para desenvolver”, disse Maria de Lurdes Mutola.
Aliás, Mutola não promete “mundos e fundos”, mas sim uma luz no fundo do túnel. “Não digo que vamos ter campeões olímpicos ou do mundo, mas podemos chegar um bocado longe. É triste um país como Moçambique ter só um atleta que faz os mínimos para os Jogos Olímpicos” disse Maria de Lurdes Mutola, na referida entrevista.
Recorde-se que actualmente a presidência da Federação Moçambicana de Atletismo está nas mãos de Francisco Manheche, eleito a 02 de Setembro de 2017, em Chimoio, numa corrida que contou com a oposição de Kamal Badrú. Manheche vai dirigir o atletismo moçambicano até Setembro do próximo ano.