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Mudanças climáticas: Governo vai adquirir dois radares para aviso prévio

O Governo vai adquirir, este ano, dois radares, um para a cidade de Xai-Xai e outro para Nacala, para melhorar o sistema de aviso prévio sobre os desastres naturais. Com estes dispositivos, será possível ter informação sobre os fenómenos que ocorrem na costa moçambicana, numa extensão de 1200 quilómetros. Até aqui, o país só tem um sistema na cidade da Beira, província de Sofala.

O aquecimento global é uma ameaça à existência humana em todo o mundo e um dos lados mais visíveis, quando se fala de mudanças climáticas.

Moçambique está na rota dos países mais devastados e, só para se ter uma ideia, houve ocorrência de seis ciclones entre 2020 e 2022.

“O país tem estado a registar, nos últimos anos, a ocorrência cíclica de eventos extremos de tempo e clima, nomeadamente, cheias, secas, ciclones, descargas eléctricas e tempestades, que levam à perda de vidas e impactos, significativamente negativos em vários sectores-chave para o desenvolvimento socioeconómico do nosso país”, enumerou o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.

E quando ocorrem tais fenómenos, apenas um terço dos moçambicanos é que tem informação sobre a sua ocorrência devido ao fraco o sistema de aviso prévio.

“Temos a consciência da necessidade da implementação das acções adequadas, no sentido de melhoria da capacidade técnica dos sectores-chave que lidam com a componente hidro-meteorológica e climática do país”, reconheceu Mateus Magala que, de seguida, avançou que, como Governo, “continuaremos a potenciar os serviços de meteorologia e de mais intervenientes na prevenção e gestão de desastres naturais”.

Faz parte da melhoria do sistema prévio a aquisição de dois radares, um para Xai-Xai, província de Gaza, outro para Nacala, em Nampula. A ideia é, até 2027, termos sete dispositivos que forneçam informação climática de todo o país.

“Podemos dizer que há um ciclone e ele vem com estes parâmetros. Então, com os radares, podemos determinar qual é a quantidade de água ou de precipitação que vamos receber e assim tomamos medidas para salvar a nossa população, em primeiro lugar, mas também os bens e todo o ecossistema que está à nossa volta”, explicou o ministro dos Transportes e Comunicações.

O Instituto Nacional de Meteorologia diz que o aprimoramento do sistema de aviso prévio é um dos caminhos rumo à adaptação das mudanças climáticas.

“Não há resiliência sem adaptação, não há adaptação sem aviso prévio e não há aviso prévio sem informação hidro-meteorológica, pelo que o INAM é desafiado a olhar para as diferentes componentes de um sistema de aviso prévio, encontrar ligações com abordagens de acção antecipada de forma a construir e desenvolver um sistema holístico rumo à adaptação às mudanças climáticas”, referiu o director-geral do Instituto Nacional de Meteorologia, Adérito Aramuge.

As declarações foram feitas hoje, em Maputo, nas celebrações do dia Mundial da Meteorologia, evento no qual foi lançado o relatório sobre o estado do clima de Moçambique 2022.

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