Está já a 82 por cento de execução, mas há ainda desafios pela frente: “Quando se aproxima da pequena rotunda, na Malanga, ao lado da Praça 16 de Junho, as linhas de energia ainda estão lá. Naquele ponto há ainda escavações profundas por se fazer e elevação de pilares para as rampas de acesso”. A esperança do PCA da Maputo Sul, empresa pública proprietária do projecto da ponte Maputo-KaTembe e estradas de ligação, é de que os desafios existentes não comprometam os prazos. O tabuleiro metálico que vai ligar as duas margens (KaTembe e centro da capital) ainda não chegou a Maputo, dois meses depois do prazo inicial.
Espera-se que a estrutura seja montada a partir de Setembro. “A nossa expectativa é de que, entre finais de Setembro e princípios de Novembro, a montagem do tabuleiro seja concluída. Tínhamos uma previsão de que chegaria nos finais do primeiro semestre. Mudámos os planos, houve uma alteração no plano de trabalho, alguns procedimentos no acabamento dos próprios módulos. Há intervenções que no princípio tinham sido preparadas para serem feitas aqui na cidade de Maputo, mas achou-se que isso era desperdício, tendo em conta o tempo que os módulos iam ficar aqui. Esta embarcação (que trará o tabuleiro metálico) vai ter de ocupar uma parte significativa do porto de Maputo”, explica Silva Magaia. Mais adiante, referiu que “se a estrutura for alinhada, precisaríamos de um espaço de 700 metros e a reserva da área de trabalho. Há lâmpadas que serão colocadas nas duas faces do tabuleiro, para facilitar a visualização da ponte durante a noite. Mas também é por uma questão de estética”.
Na zona da Malanga, decorrem trabalhos de construção das rampas de entrada e de saída. A primeira deverá “cair” na avenida das Nações Unidas, paredes meias com as barreiras da Malanga. Segundo Magaia, será o ponto de saída para quem vai às zonas próximas, como Malanga e Chamanculo. Já a segunda rampa em construção ligar-se-á à sexta secção da Estrada Circular, que passa por detrás do Hospital Geral José Macamo. Numa fase inicial (até à conclusão da ponte), a estrada vai terminar na avenida de Moçambique, próximo ao porto de Maputo.
A localização da terceira rampa ainda não está definida. O PCA da Maputo Sul diz haver ainda aspectos técnicos a serem estudados, entretanto, refere que está idealizada para desembocar em frente ao Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM). Já o mercado Nwankakana deverá desaparecer, para dar lugar à quarta saída da ponte Maputo-KaTembe, que passa por cima do mercado, para desembocar na 24 de Julho. Ainda nesta avenida, haverá um aterro de entrada na ponte, que vai começar na zona do Instituto de Transportes de Moçambique (ITC).
Já na KaTembe, os trabalhos estão relativamente mais avançados. Mais da metade dos pilares já têm o tabuleiro de betão montado, estando a decorrer a divisão dos dois sentidos da ponte, que terá quatro faixas, duas para cada sentido. A equipa de trabalho está também a colocar vedação nas laterais. Há igualmente espaço reservado a condutas, onde serão colocados diversos cabos, entre os quais de transporte de energia eléctrica e de telecomunicações. Serão também montados postes de iluminação ao longo dos tabuleiros da ponte.
Espera-se que, até Dezembro, a ponte Maputo-KaTembe esteja transitável, devendo, contudo, continuar alguns trabalhos de finalização.
Esta ponte é a maior do país, maior de África com vão suspenso, e está entre as 60 do mundo com maior vão suspenso.