Depois da Federação Moçambicana de Natação, agora é a vez da Federação de Vela e Canoagem confirmar a sua presença nos Jogos Olímpicos da Juventude, com o apuramento da atleta Líria Malapasse, a representar não só o país, mas também a região sul de África, feito que foi conseguido através da participação da atleta no mundial da Espanha, em Barcelona, onde atingiu mínimos para estar na Argentina.
Esta será a primeira vez que Moçambique se fará representar nos Jogos Olímpicos da Juventude, na modalidade de vela e canoagem, daí a grande responsabilidade da atleta apurada de fazer face a este chamamento conquistando um lugar de pódio.
E porque a responsabilidade não cabe somente a atleta, mas também ao organismo que tutela a modalidade no país, o presidente daquela agremiação desportiva, Hélio da Rosa, não só mostra-se satisfeito por poder representar o país nesta modalidade, como também revela disponibilidade em garantir que a representante moçambicana tenha a melhor prestação.
Da Rosa, diz que apesar de ser uma federação pequena e recente, é composta por uma equipa coesa, por isso só o facto de conseguir apurar já é motivo de comemoração, porque as cotas de apuramento eram muito apertadas, então o apuramento foi igualmente difícil, entretanto possível de alcançar algum êxito.
A nossa fonte afirma igualmente que resta à sua equipa, trabalhar mais para conseguir lograr seus intentos, realçando o nível de responsabilidade que passa a ser incumbido ao carregar a Bandeira Nacional além-fronteiras.
Hélio da Rosa diz que este apuramento mostra ao mundo que existe canoagem em Moçambique e existe um trabalho que está a ser feito, e isso ajuda a buscar objectivos futuros. Acrescenta que a entrega por parte dos atletas é também um facto salutar.
A fonte mostra-se realizada por poder projectar a canoagem para novos níveis e, poder colher mais experiencias fora. “O facto de saber que a minha federação estará entre outras melhores já me enche de orgulho, faz-me perceber que em Moçambique há trabalho”, orgulha-se Hélio da Rosa.
Na ocasião, o Presidente da Federação Portuguesa de Vela e Canoagem, Victor Félix, que também terá o seu país representado nesta competição de carácter internacional, reconheceu o potencial dos atletas moçambicanos nesta modalidade, e segundo ele o apuramento de Moçambique é algo a ser valorizado.
Victor Félix acrescentou que vários países reconhecidos internacionalmente não conseguiram apurar para os Jogos Olímpicos da Juventude, daí aconselha uma melhor preparação por parte da atleta nacional.
Como fazer da canoagem uma modalidade do mundo
O titular da Federação portuguesa de canoagem lança o desafio de fazer da canoagem uma modalidade de massas, e lamenta ao facto de Portugal e Moçambique serem países de monocultura desportiva, o que faz com que todas as outras modalidades vivam sempre à sombra do futebol.
O factor água é, para Victor Félix, a maior dificuldade para a difusão da canoagem, porque nem todos pais confiam os seus filhos para mergulhar em águas profundas, mas acrescenta que se ultrapassado este obstáculo, esta é uma modalidade segura e pode ser praticada dos 8 aos 80 anos.
Por outro lado, o presidente da Federação Moçambicana de Canoagem, Hélio da Rosa, diz que é complicado comparar o nível de publicidade entre esta modalidade e outras práticas desportivas como o basquetebol e o futebol, o que faz com que o nível de massificação da vela e canoagem não seja tão elevado.
Da Rosa, sustenta esta afirmação dizendo que “só pratica canoagem quem gosta e só com amor é que se faz este desporto, entretanto não penso diferente das outras modalidades, mas para praticar esta modalidade é necessário que cada atleta adquira o seu próprio material, o que faz da mesma um pouco elitista”.
Os desafios para fazer da canoagem um desporto de massas, passam por criar condições para que se pratique com uma certa comodidade. A título de exemplo, o Clube Desportos Marítimo criou um programa que visa alocar material de treino e para a realização das provas aos atletas.
Da Rosa diz que este projecto melhorou a abrangência desta modalidade porque a partir desta fase começou a registrar-se mais adesão, até por parte de atletas vindos de famílias mais humildes, mas com vontade e amor em praticar este desporto.