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Piscina Olímpica do Zimpeto em reabilitação

Texto: Ibraimo Assamo

A Piscina Olímpica do Zimpeto está a beneficiar-se de reabilitação. As obras consistem na reposição do muro que desabou em 2016, provocando a morte do então seleccionador nacional de natação, Frederico dos Santos.

Seis anos depois do desabamento do muro da Piscina Olímpica de Zimpeto, tragédia que causou morte, feridos e danos materiais avultados, aquele recinto desportivo beneficia-se de reabilitação. Estão em curso, neste momento, as obras de reposição do muro, melhoria da piscina e das bancadas.

A Secretaria do Estado de Desporto (SED), através do Fundo de Promoção Desportiva, entidade responsável pela gestão do património desportivo do Estado, pretende, com esta acção, permitir que aquele recinto volte a ser usado.

A reabilitação daquele recinto desportivo, que foi construído no âmbito da realização, em 2011, dos Jogos Africanos, acontece numa altura em que muitas vozes se têm feito ouvir em relação ao aproveitamento daquele espaço.

O custo das obras de reabilitação da Piscina Olímpica do Zimpeto pode estar a ser suportado pelo consórcio português Mota-Engil e Soares da Costa, empresas responsáveis pela construção daquele recinto desportivo.

Isto porque, após a tragédia, a direcção do Complexo Desportivo do Zimpeto veio a terreiro pedir para que o consórcio das construtoras esclarecesse o que esteve por trás do desabamento do muro da piscina olímpica.

As empresas responsáveis pela construção da infra-estrutura asseguraram, na altura, que todas as normas foram cumpridas. “A obra cumpre, integralmente, o projecto de execução, tendo sido fiscalizada por entidade independente nomeada pelo dono de obra e acompanhada diariamente por esta, desde o seu início até à data da sua entrega definitiva”, comunicou o consórcio.

Segundo a construtora, a obra tinha garantia de um ano, conforme definido no contrato assinado. Apesar de ter assegurado que cumpriu todas as normas, o consórcio português predispôs-se a pagar indemnização à família de Frederico dos Santos e de outras vítimas.

Na altura, o bastonário da Ordem dos Engenheiros de Moçambique, Felisberto Devesse, afirmara que a parede da piscina teria desabado por causa da humidade, ventos fortes e da temperatura atmosférica que ultrapassou 43 graus Celsius.

Segundo avançou, a falta de pilares e vigas poderá também estar na origem da queda do muro da piscina olímpica.

“Qualquer obra de engenharia é dimensionada para aguentar todo o tipo de intempéries que tenham sido previstas”, explicou o bastonário.

Já Agostinho Vuma, então responsável da Federação dos Empreiteiros de Moçambique, considerou que a comissão de inquérito criada pelo Ministério da Juventude e Desportos, para apurar as causas por trás da tragédia, deveria incluir todos os intervenientes na construção do empreendimento desportivo.

Defendia que essa medida visava evitar que, em cada acidente, apenas se engavetasse informação útil. Para ele, era necessário fazer-se o uso dessa informação para que os projectistas tivessem em conta essas ocorrências.

A Piscina Olímpica de Zimpeto tem sido utilizada para a realização do campeonato da Cidade de Maputo e para as provas nacionais, algo que, devido à interdição daquele local, não acontecia.

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