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Moçambique quer mitigar riscos dos efeitos climáticos

O país tem sido ciclicamente vítima dos efeitos das mudanças climáticas, que causam grandes estragos, por conta da sua vulnerabilidade, devido à sua localização. Como não é possível evitar a sua ocorrência, a solução é mitigar os riscos que o país corre.

Segundo a ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, a solução é a adopção de estratégias que permitam às gerações contemporâneas e futuras viver com este fenómeno, sem que cause grandes danos e uma das quais foi a aprovação, em 2018, de um orçamento de 11 mil milhões de dólares.

“O país tem estado a desenvolver várias acções no âmbito do Programa Quinquenal do Governo 2020-2024, que destaca, na sua prioridade três – o fortalecimento da gestão sustentável dos recursos naturais e do ambiente cujo objectivo estratégico quatro é reduzir a vulnerabilidade das comunidades, da economia e infra-estruturas aos riscos climáticos e às calamidades naturais e antropogénicas”, disse Maibaze.

Paralelamente a essas acções, Miabaze avançou que, neste momento, está em curso a elaboração de um plano de acção que vigorará de 2022 a 2025; é um instrumento que serve para a prevenção e mitigação de desastres naturais.

Os esforços não são apenas do país e, segundo a titular da pasta do ambiente, a SADC aprovou o estabelecimento de um Centro de Operações Humanitárias e de Emergência, que vai funcionar na cidade de Nacala Porto em Nampula.

“É uma iniciativa única em África, que visa trazer maior entrosamento nas operações de emergência das entidades nacionais de gestão de risco de desastres e entre estas e a unidade de redução do risco de desastres da SADC”, avançou.

A pandemia da COVID-19, a pobreza, as fracas políticas e capacidades técnicas do país constituem as principais barreiras que, por si só, o país pode não conseguir ultrapassar, por isso o apoio de organismos internacionais.

A ministra falava durante a primeira conferência nacional sobre as mudanças climáticas no país, que tem como objectivo discutir melhores formas de mitigar os seus efeitos.

A Coordenadora Residente das Nações Unidas, Myrta Kaulard, reiterou o seu apoio ao país, pois, no seu entender, as mudanças climáticas têm aumentado a incidência de eventos climáticos extremos e isso impõe custos adicionais e agravantes ao país, o que reduz, ainda, mais a capacidade de o Governo atender as necessidades de desenvolvimento.

“Por isso, construir resiliência ambiental, social e económica às mudanças climáticas é um imperativo absoluto e a gestão sustentável do meio ambiente e dos recursos minerais pode levar a um ganho de mais de 17% do PIB anual e isso pode ajudar enormemente a resiliência climática”, apontou Kaulard.

Por seu turno, o sector privado fala de perdas avultadas por conta dos eventos climáticos que fustigaram o país em 2019, com os ciclones Idai e Kenneth e, no ano seguinte, com os ciclones Chalane e Eloise.

Segundo Vasco Manhiça, vice-presidente da CTA, por conta da situação em 2019, para além das perdas de vidas humanas e destruição de infra-estruturas, os prejuízos para o sector privado custaram cerca de USD 550 milhões e, em 2020, foram de cerca de 60 milhões de meticais.

A conferência decorre sob o lema “Moçambique pela Resiliência Climática e Desenvolvimento Sustentável”.

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