Filipe Nyusi participou, esta terça-feira, na cimeira virtual extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade para o Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC), que discutiu a segurança e a paz na República Democrática do Congo, num contexto em que a região procura condições para destacar um contingente militar para restabelecer a segurança.
Moçambique, representado ao mais alto nível pelo Chefe de Estado, Filipe Nyusi, foi chamado a juntar-se a Emmerson Mnangagwa, do Zimbabwe, João Lourenço, de Angola, Cyril Ramaphosa, da África do Sul, Hakainde Hichilema, da Zâmbia, Lazarus Chakwera, do Malawi, e Hage Geingob, da Namíbia, para uma Cimeira Extraordinária da SADC, que visava concluir a discussão sobre o envio de uma tropa regional para travar as incursões do M23 e devolver a paz aos congoleses.
O Presidente em exercício da SADC fala da necessidade de destacar uma brigada reforçada antes das eleições de Dezembro.
“Deveríamos colocar o nosso empenho ao mais alto nível e reunirmos as condições que nos permitam mobilizar e constituir a referida força com estrutura de uma brigada reforçada. Caso se afigure oportuno podermos encontrar soluções para assegurar a implantação da força da SADC na RDC dentro de prazos razoáveis para instalar um clima de harmonia e confiança necessária para os congoleses participarem nas eleições que se avizinham em Dezembro deste ano”, disse João Lourenço.
A discussão foi marcada pela ausência de Félix Tshisekedi, Presidente da RDC, nos primeiros 60 minutos, que, por pouco, condicionou a realização da cimeira. Os Chefes de Estado foram chamados a votar se no encontro poderia ou não acontecer sem a presença do país visado, tendo a maioria sinalizado positivamente, até porque o encontro foi adiado na semana passada devido à indisponibilidade de Tshisekedi.
A cimeira durou duas horas e meia a portas fechadas e o Governo de Moçambique deu declarações à imprensa no fim do encontro.
A Cimeira não foi conclusiva. Os Chefes de Estado deverão voltar a reunir-se, desta vez, de forma presencial em Luanda, capital Angolana, no próximo dia 04 de Novembro.
A estabilidade está cada vez mais deteriorada na República Democrática do Congo e com saldo de mais de 6,5 milhões de deslocados devido aos ataques de rebeldes.
A Cimeira de Chefes de Estado da SADC não ficou indiferente, ao que considerou “maior tragédia humana na faixa de Gaza”. João Lourenço diz que a situação poderia ter sido evitada e pede o fim da guerra.