Por: Ricardo Mutita
(Viva a independência de Moçambique!)
Quando tudo parecia escuro
E sem saída,
A nossa vida presa na verba de quem dita sentenças
Os nossos irmãos estatelados e vaiados tipo lixo,
Questionei-me:
Mas até quando com isto?
Até quando?
Até quando trocar as nossas palhotas por matas
A nossa caracata pela farinha de lama
A nossa matapa por folhas estranhas
Que desabrocham pelos campos
Que também choram
Choram torrados por lenhas e brasas
Embaladas em armas sangrentas.
Ó papá Samora!
Que nos destes a missão de preservar a esta nação
Hoje atentada pelos nossos próprios irmãos
Irmãos revestidos a canibais
Fazendo-nos de fonte de pão
Irmãos sem rostos
Sem origem nem identidade
Irmãos que se alimentam de monstruosidades
Mas que nunca nos roubarão a razão de sermos uma nação
De paz e prosperidade.
Ó papá Samora!
Mas também criança que é flor não chora
Levanta a cabeça e controla a hora
A hora de lutar por todas outras
Outras sem voz
Mas que pertencem a esta horta,
E que só se rendem com vitórias e glórias.
Moçambique!
Moçambique que é de Samora não chora
Levanta a caneta e reverte a história
Distorcida por inimigos para plantar discórdia
Que em Junho se viu na derrota
Erguendo-se, a 25, o símbolo da nossa independência.
Moçambicanizei-me na Paz!
Viva 25 de Junho – Dia da Independência de Moçambique!