Mambas regressam à alta roda do futebol africano 14 anos depois da sua aparição, em 2010, e vão disputar o Campeonato Africano das Nações, CAN, próximo ano, na Costa do Marfim. A façanha foi alcançada graças à vitória sobre o Benin, este sábado, no Estádio Nacional do Zimpeto, por 3-2. Witi, Ricardo Guima e Clésio foram os autores dos golos dos Mambas.
“Milhões de braços, uma só força, oh pátria amada, vamos vencer!” Sim, vencemos porque os milhões de braços estiveram unidos este sábado, no Estádio Nacional do Zimpeto, no jogo decisivo da qualificação ao CAN-2023.
Uma vitória sofrida, angustiante, mas bastante saborosa, que coloca o nome do país na ribalta do futebol moçambicano, 14 anos depois da última participação, em Angola, em 2010. Uma vitória assistida por mais de 45 mil almas no Estádio Nacional do Zimpeto, incluindo o mais alto magistrado da nação, o Presidente da República, Filipe Nyusi.
Houve muita alegria nas bancadas, muita festa no campo e nos balneários, com jogadores, equipa técnica e staff da Federação Moçambicana de Futebol, acompanhados do Presidente da República.
VITÓRIA SOFRIDA AINDA NA PRIMEIRA PARTE
Para este jogo houve algumas surpresas por parte de Chiquinho Conde. Ernan regressou à baliza dos Mambas e em grande, com defesas espectaculares e a dar muita confiança nos seus colegas, mas também a integração de Ricardo Guimarães, nova coqueluche da selecção, que jogou no lugar (normalmente) de Shaquile.
Do resto não havia muitas outras surpresas, com Bruno Langa na esquerda, Mexer Macandza na direita e Mexer Sitoe a fazer dupla com Malembane no centro. Guima fazia o primeiro tampão com Kambala, enquanto Witi, Domingues e Geny Catamo jogavam atrás do único ponta-de-lança, Ratifo.
Mas nem tudo foi um mar de rosas na vitória dos Mambas sobre os Chitas, no sábado. Benin queria mesmo vencer e dispôs das primeiras oportunidades, com Ernan a encher a baliza para evitar que fosse violada.
Só não conseguiu parar o remate de Steve Mounié, aos 20 minutos, porque foi na marca da grande penalidade, após Kambala tocar a bola com a mão na grande área.
Os adeptos puxaram pela selecção e logo houve reacção: Geny deu o aviso à navegação num remate bem defendido por Allagbé, mas na segunda não houve possibilidades. Cruzamento de Bruno Langa para o coração da área onde apareceu Witi a fuzilar para o fundo das malhas.
Um golo que espevitou os Mambas para a frente do ataque e, mesmo quando os Chitas procuravam se reerguer, veio a magia de Guima. o luso-moçambicano apresentou-se aos moçambicanos, na sua estreia com a camisola dos Mambas, com que mais se queria: o golo. Fez mossa a um adversário e rematou rasteiro para o fundo das malhas.
Quase o estádio caía. Mas era preciso segurar as pontas porque havia ainda muito jogo pela frente. Mas ao intervalo o carimbo no passaporte para Costa do Marfim estava lá. Só faltava entregar a Moçambique.
FRIO NA BARRIGA, GELO QUENTE E EXPLOSÃO DEFINITIVA
Na segunda parte o combinado moçambicano entrou apática, talvez já pensando que tudo eram favas contadas. Adormeceu à sombra da bananeira e Babin tratou se acordar, não só os jogadores, como também o público.
Cinco minutos da etapa complementar e estava feito o empate por Jodel Dossou, que desviou com a cabeça um remate cruzado do seu companheiro e encontrou desprevenido Ernan e a defensiva.
Chiquinho Conde não gostou do que viu. Começava a ficar preocupante, até porque um golo do Benin podia fazer a CAF rasgar o passaporte para Costa do Marfim.
Por isso mesmo o seleccionador nacional fez alterações na equipa com saídas de Amadou, Guima, Witi, Domingues e Ratifo e as entradas de Shaquile, Nené, Gildo, Faisal Bangal, que também regressa aos Mambas, e Clésio.
A avalanche ofensiva dos Mambas cresceu e passou a dispor de algumas, e bem boas, oportunidades de marcar. Por duas vezes Geny Catamo steve perto do golo. Primeiro rematou para o poste e depois para uma defesa de Allagbé.
Quando os adeptos já pediam pelo final do jogo, eis que veio da cartola a machadada final. Uma excelente combinação entre Clésio Baúque e Geny Catamo, com o génio do Sporting a servir de bandeja