2019, é o ano das grandes decisões na indústria do gás e petróleo, nas áreas 1 e 4 da bacia do Rovuma, com investimentos na casa dos 30 biliões de dólares. Diante desse boom, o economista-chefe da Universidade das Nações Unidas UNU-WIDER lança alguns alertas.
Nos próximos meses, os consórcios liderados pelas gigantes petrolíferas Anadarko e ExxonMobil, nas áreas 1 e 4 da bacia do Rovuma, preparam-se para aprovação das respectivas Decisões Finais de Investimento (DFI), que irão viabilizar o projecto de exploração do Gás Natural Liquefeito (GNL) em Moçambique.
Na lupa da investida das petrolíferas, o professor e economista-chefe da Universidade das Nações Unidas UNU-WIDER, Tony Addison, defendeu esta terça-feira, em Maputo, o uso racional dos hidrocarbonetos, com vista a evitar a chamada “doença holandesa”, também conhecida por “maldição dos recursos naturais”.
Para o acadêmico, que proferia uma aula de sapiência na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a solução passa pela diversificação das fontes da economia, criação de empregos seguros e introdução de um sistema de governação mais inclusivo.
“Moçambique tem um tremendo potencial de desenvolvimento em várias áreas, sendo que o gás e petróleo assumem um papel preponderante rumo a economia robusta”, indicou Tony Addison.
Alertando, que a maldição dos recursos naturais é uma realidade, pelo que o Executivo de Maputo deve-se inspirar nos melhores modelos de exploração dos hidrocarbonetos.
A apresentação do professor e economista-chefe da Universidade das Nações Unidas UNU-WIDER, foi baseada na mais recente obra Extractive industries: The management of resources as a driver of sustainable.
Tony Addison fez ainda uma apresentação focalizada no crescente papel e importância do petróleo, gás e mineração em países em desenvolvimento, como também nos riscos e incertezas associados a essa tendência.
O seminário reuniu académicos nacionais e internacionais, decisores políticos, membros do Governo e parceiros de desenvolvimento para discutir o papel de desenvolvimento da indústria extractiva e partilhar ideias sobre como as descobertas do gás natural podem levar ao crescimento inclusivo.
Para evitar a “doença holandesa”, o Executivo e a UEM uniram forças com duas instituições com larga experiência e extensas redes internacionais, a UNU-WIDER e a Universidade de Copenhaga.
Ao abrigo dessa parceria, deverão ser formuladas políticas eficazes, visando a criação de
Capacidades de gestão sustentável dos recursos.