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Mais uma vez… e já nem dói

A selecção nacional de futebol, os Mambas, voltou a falhar a qualificação a uma fase final do CAN, pela sexta vez consecutiva, após consentir mais uma derrota, desta vez caseira, diante do Cabo Verde, e termina a fase de grupos na última posição com quatro pontos. Camarões e Cabo Verde são os dois que se qualificam ao CAN

Já nem dói falhar a qualificação ao CAN, tendo em conta que é a sexta vez consecutiva que os Mambas desiludem os moçambicanos. Foi assim na luta pelas fases finais dos CAN’s de 2012, 2013, 2015, 2017, 2019 e agora, 2021 e, novamente de forma sofrida, tal como aconteceu na última tentativa, em que os Mambas perderam na última jornada, também diante de um PALOP, Guiné-Bissau. Desta vez foi Cabo Verde.

Rodrigues foi quem acabou com o sonho dos moçambicanos, aos 58 minutos, quando apontou o único golo que deu a vitória aos Tubarões Azuis, que regressam assim aos CAN’s, depois de falharem a última qualificação.

 

Mudanças que tentaram, mas não valeram

Luís Gonçalves fez quatro alterações do onze que perdeu em Kigali diante do Ruanda, nomeadamente as saídas de Telinho, Faisal Bangal, Clésio e Kito e para os seus lugares a entrarem de início Kamo Kamo, Domingues, Gildo e Dayo, estes três últimos que fizeram uma excelente ponta final, quando entraram a 15 minutos do final do jogo.

E os Mambas entreram pressionantes e tiveram as primeiras oportunidades de marcar, nos primeiros 20 minutos, primeiro por Dayo, que recebeu uma oferta de Vozinha, e perdeu muito tempo a pensar no remate ou no passe, acabando por perder a bola pela linha do fundo.

Depois foi Kamo Kamo a ter um rasgo pelo corredor central e, à entrada da área, atrapalhou-se com Gildo, perdeu o espaço para o remate, atrasou para Luís Miquissone que rematou com perigo, mas a bola a passar por cima.

Por fim foi novamente Dayo a ter oportunidade de marcar, após cruzamento de Bruno Langa, mas a rematar no vento e perder mais uma oportunidade.
Os Tubarões Azuis também aproveitaram algumas brechas dadas pela defensiva e por duas vezes estremeceram os moçambicanos, mas primeiro foi Jeitoso a fazer o corte, no momento em que Jeffry se preparava para o remate, e mais tarde Sidique a fazer o corte na cabeça de um avançado cabo-verdiano que já se preparava para visar a baliza de Frenque.

Uma entrada em falso dos moçambicanos que acordou os forasteiros que acreditavam que podiam fazer bem melhor para sair do Zimpeto com a qualificação.

Nem de bolas paradas Domingues e Gildo criavam perigo para Vozinha que continuava tranquilo e gastar alguns segundos sempre que tivesse a bola nos pés.
O intervalo chegou com o nulo a prevalecer e ainda com Cabo Verde qualificado ao CAN dos Camarões.

 

Substituições mais cedo desta vez

A iniciar a segunda parte Luís Miquissone fez de uma sentada duas substituições, a promover a estreia de Maestro nos Mambas, bem como a entrada de Faisal Bangal, para os lugares de Dayo e Gildo, duas unidades que estiveram em sub-rendimento na primeira parte.

E Faisal Bangal teve a primeira oportunidade de visar de livre frontal, quando cobrou mais em jeito do que com força a obrigar Vozinha a ir ao relvado.
E na reacção o Estádio Nacional do Zimpeto estremeceu quando Cabo Verde subiu em contra ataque e Fernandes apareceu em boa posição, com todos já batidos a desperdiçar. Foi um ufff nas bancadas e no campo.

O facto é que Moçambique continuava a desperdiçar muitas oportunidades de marcar. Em boa combinação do ataque, Luís Miquissone e Domingues, o Konde Boy rematou rasteiro para uma defesa incompleta de Vozinha e, na recarga, Faisal Bangal atirou contra o guarda-redes cabo-verdiano, quando já se gritava golo.

Na melhor oportunidade que Cabo Verde teve não desperdiçou. Livre de Marco e cabeceamento de Rodrigues para o fundo das malhas. Mal batido Frenque, que podia ter feito bem melhor no lance. Estavam jogados 13 minutos da segunda parte, ou seja, 58 do jogo.

 

Todos avançados em campo

Luís Gonçalves tinha que ariscar tudo e tirou um defesa, Chico, para meter um avançado, Lau King, a pensar já que perder por um ou por muitos não mudava nada, se o plano inicial era vencer. E logo a seguir fez sair Luís Miquissone e fez entrar Clésio, mas as coisas não saiam a contento.

Tudo saia errado nas hostes moçambicanas, mesmo quando Domingues decidiu abrir o livro, ao combinar com Clésio que fez um cruzamento tenso, mas Lau King chegou meio centímetro atrasado e o empate não chegava.

Com a avalanche ofensiva dos Mambas, Cabo Verde aproveitou para voltar a carga e só não fez o segundo golo porque Frenque agigantou-se na baliza para evitar males maiores.

Todos os homens com pendor ofensivo que estavam no banco de Moçambique entraram para tentar ajudar, sendo Telinho o último a entrar, para o lugar de Kamo Kamo, mas sem conseguir o objectivo de marcar.

A sorte não acompanhava os Mambas, que aos 35 minutos tiveram a soberba oportunidade de marcar, num livre de Bruno Langa, para defesa incompleta de Vozinha e, na recarga, novamente Lau King a não acertar com as redes. Era já muito azar para os moçambicanos, que já começavam a se conformar com o resultado.

Caia assim, mais uma vez o Mamba que há muito perdeu veneno e já nem sonha com as fases finais das competições africanas.

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