O Ruanda já pediu apoio financeiro à União Europeia para manter as suas tropas em Cabo Delgado, onde desde o ano passado combatem o terrorismo. A informação foi revelada, hoje, pelo Alto-Comissário ruandês em Moçambique, acrescentando que os militares do seu país continuarão no terreno até que a situação esteja controlada.
Ruanda entrou no combatem ao terrorismo em Cabo Delgado, ano passado, e diz que onde actua já há resultado visíveis.
“Nas áreas sob responsabilidade do Ruanda, a situação é calma. Não há instabilidade. Nós estabilizamos a nossa área, como o distrito de Palma e Mocímboa da Praia. Está tudo sob controlo. Nada está a acontecer. A população já está a regressar, especialmente em Palma e Mocímboa da Praia, também, está tudo bem. Estamos à espera que o Governo tome uma decisão e vá ver se a população pode voltar”, disse Claude Nikobisanzwe, Alto-Comissário do Ruanda em Moçambique.
Nikobisanzwe diz ainda que não se colocou prazo para estadia das tropas no país, por isso vão continuar em Cabo Delgado até que a situação esteja controlada. E, não só, “vamos continuar a avaliar como a situação da segurança está a desenrolar e nós gostaríamos de ver Cabo Delgado estável, reconstruída, com o retorno das populações deslocadas e podem cumprir seus deveres, normalmente. Portanto, é nosso desejo que Cabo Delgado esteja em paz e nós vamos continuar a avaliar a situação com o Governo de Moçambique”, acrescentou.
Só que manter militares no teatro operacional norte é oneroso e Ruanda busca dinheiro, nos parceiros, com destaque para a União Europeia, para fazer face às necessidades.
“Pedimos aos parceiros como a União Europeia, que está a considerar o nosso pedido, nós como Ruanda e o Governo de Moçambique. E esperamos que eles nos ajudem. E os dois países têm muitos amigos e acreditamos que eles querem ver Cabo Delgado segura e estável. Nós estamos expectantes que eles nos ajudem em termos financeiros, mas até hoje, estamos a saber gerir”, avançou o Alto-Comissário do Ruanda em Moçambique.
O Alto-Comissário do Ruanda em Moçambique esclareceu, ainda, que os recentes acordos de cooperação económica entre os dois países, nos domínios de comércio e recursos minerais, não significam a entrada de ruandeses no negócio de gás.
“Os acordos de que está a falar, especificamente, na área dos recursos minerais em Cabo Delgado, ainda não foram assinados. Mas os acordos no ramo do comércio, não nos limitamos, somente, a Cabo Delgado. São gerais e que os países assinam”, disse.
O diplomata falava este sábado à margem de uma jornada de limpeza, envolvendo a comunidade ruandesa em Moçambique e o Município da Matola.