Enquanto decorre a campanha eleitoral, a desinformação vai-se propagando, sobretudo nas redes sociais. A constatação é do consórcio Mais Integridade, que analisa o processo eleitoral em curso.
A quarta semana da campanha eleitoral foi, mais uma vez, acompanhada por 2562 observadores do consórcio eleitoral Mais Integridade e refere-se ao período de 14 a 20 de Setembro corrente. Dentre vários aspectos, a desinformação aparece como um dos problemas constatados, sobretudo nas redes sociais.
“Com a campanha eleitoral no auge, a desinformação continua a ser uma arma poderosa que está a ser usada para manipular e influenciar a opinião pública sobre as eleições. Tal foi o caso da desinformação que alegava que, como forma de evitar fraude, a CNE teria decidido que, este ano, os que votarem no partido Renamo e no seu candidato presidencial, Ossufo Momade, deverão exercer o seu direito cívico no dia 10 de Outubro e não dia 9. A mesma desinformação indicava que, nas eleições deste ano, os votos da Renamo estarão em urnas especiais”, explicou António Mutoa, membro da plataforma Mais Integridade.
E, no processo de campanha eleitoral, Mais Integridade continua a notar com preocupação o uso indevido de meios do Estado por parte de alguns concorrentes.
“A Frelimo continua a liderar o uso indevido dos meios públicos em 27% das actividades observadas, tendo registado um ligeiro aumento de 2% no uso dos meios do Estado em relação à terceira semana. A Renamo e o MDM aparecem com uso indevido de meios em menos de 1% nos eventos da campanha observada. Tem registado uma redução desta prática”, frisou.
Sobre a presença policial nos eventos de campanha eleitoral, há uma nota também preocupante.
“Os alvos escolhidos pelos observadores mostram que, à medida que a campanha avança, a presença da polícia nos eventos da campanha vai diminuindo. Com efeito, a polícia esteve presente em 37 eventos observados, uma redução de 5% em relação à semana anterior.”