As calamidades naturais, o terrorismo em Cabo Delgado, os ataques armados no centro e a pandemia da COVID-19 propiciam o ingresso ao emprego infantil de mais de um milhão de crianças em todo o país, segundo indicou, hoje, a Primeira-dama de Moçambique, durante o lançamento do ano internacional para eliminação do trabalho infantil, que é celebrado sob o lema “Agir já para acabar com o trabalho infantil”.
A Primeira-dama espera que, com a aprovação do plano de acção para o combate às piores formas de trabalho infantil, sejam preparadas acções concretas para reduzir a “dura e cruel situação que muitas das nossas crianças experimentam no seu dia-a-dia”.
“Não é só para reflectirmos sobre a data, mas para criarmos acções justas e concretas, viradas para sensibilização junto das comunidades, sobre os perigos de algumas práticas associadas ao trabalho infantil”, disse.
Num dia em que o mundo parou para reflectir sobre a problemática do trabalho infantil, a esposa do Presidente da República recorreu ao exemplo de Moçambique para mostrar a sua preocupação em relação ao fenómeno, que afecta milhares no país e mais de 70 milhões todo o continente africano.
Isaura Nyusi, chocada com o caso de violência extrema perpetrada contra uma menor de 17 anos, na província de Manica, instou às autoridades que actuem severamente contra os prevaricadores.
“Devemos aumentar o nosso grito para que as mulheres vítimas de violência tenham assistência necessária e que os agressores sejam exemplarmente punidos. É necessário criarmos sinergias para que as vítimas de violência estejam seguras para denunciar os seus algozes que, muitas das vezes, são pessoas próximas”, disse a Isaura Nyusi.
Durante o seu discurso, Isaura Nyusi reiterou a necessidade de envolvimento das comunidades nos processos, para que o trabalho seja completo, pois é nas comunidades onde saem os “trabalhadores infantis”.
O trabalho infantil afecta, em todo o mundo, cerca de 168 milhões de crianças, das quais 72 milhões são do continente africano.