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Khessaujee Pulchand confirma que recebeu e levantou dinheiro da M-Construções

Foto: O País

A sessão desta terça-feira do julgamento do “caso dívidas ocultas” arrancou com o interrogatório do Juiz Efigénio Baptista, na Cadeia de Máxima Segurança da Machava, na província de Maputo. O primeiro réu interrogado foi Khessaujee Pulchand, que trabalhou como caixa e estafeta na Casa de Câmbios – Africâmbios – à data dos factos que lhe são imputados.

Questionado pelo Juiz, Khessaujee Pulchand disse que não conhecia a M-Construções, nem o dono da empresa sequer, Fabião Mabunda. Por isso, Efigénio Baptista perguntou ao réu como se explica que tenha recebido transferência de dinheiro na sua conta bancária. À pergunta, Khessaujee Pulchand respondeu dizendo que, na Africâmbios, teve orientações para abrir uma conta. Julgando que fosse para salário, aderiu ao convite. Depois, mesmo percebendo que a conta era para outros fins, ficou descansado, porque lhe foi dito que era normal naquela instituição os funcionários receberem dinheiro na própria conta gerida pela empresa. O réu afirmou que não tinha conhecimento de todas as transações que se faziam na sua conta bancária, ou seja, ele apenas assinava os cheques, mas a gestão era da empresa. Não sabia o que se passava com a sua própria conta. Às vezes, era ele a levantar o dinheiro e, outras, mandavam outros trabalhadores.

Khessaujee Pulchand disse que conheceu Fabião Mabunda em 2008, na Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane, porque tinham aulas juntos num anfiteatro, visto que, nos primeiro e segundo anos, os estudantes daquele curso têm disciplinas comuns. Mas, não passava de colega de faculdade. Mais tarde, cruzou-se com Fabião Mabunda na Africâmbios, porque este pretendia comprar quantidades de dólares superiores a cinco mil, pelo que teve de o encaminhar à gerência. A partir daí, Mabunda passou a negociar directamente com a gerência.

Pulchand não conhecia, à data dos factos, Ângela Leão, Mbanda Henning, Cremildo Jossias e Cipriano Mutota.

O réu revelou ao Juiz que deixou de trabalhar na Africâmbios por ter sofrido uma tentativa de rapto.

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