Alguns deslocados que vivem nas aldeias de reassentamento do distrito de Metuge, na zona centro da província de Cabo Delgado, poderão sofrer, nesta época chuvosa, devido à falta de abrigo.
Desde que se iniciaram os ataques terroristas, o distrito de Metuge recebeu mais de cem mil deslocados, e a maior parte continua a viver de forma improvisada. E, com a época chuvosa à porta, aumenta o receio de as populações serem encontradas em situação vulnerável sem abrigos.
O administrador do distrito, António Nandanga, apela às pessoas de boa vontade para ajudarem a minimizar o sofrimento da população.
Além do material de abrigo, o distrito de Metuge precisa de reforço de ajuda humanitária devido à chegada de mais deslocados que vêm da zona Sul da província de Cabo Delgado, que, desde Junho último, tem sido alvo de ataques terroristas.
RELATOS DE ATAQUES EM MUIDUMBE
Um grupo armado matou duas pessoas e é suspeito de ter raptado outras quatro e levado para um cativeiro identificado pela população no interior de Cabo Delgado, avançam fontes locais, escreve a “DW” que cita a agência Lusa.
Segundo informações recolhidas, esta terça-feira, pela agência de notícias Lusa, o ataque aconteceu na tarde do último domingo na aldeia de Mandava, no distrito de Muidumbe, no Norte da província de Cabo Delgado.
“Os terroristas voltaram a atacar a nossa aldeia e isso é triste porque estávamos a regressar”, disse um residente em Mwambula, antiga sede de distrito.
Os supostos rebeldes invadiram a aldeia durante a noite e raptaram quatro pessoas, entre as quais uma mulher grávida.
ZONA “COMPLETAMENTE OCUPADA POR INSURGENTES”
Da aldeia seguiram para Mavala, uma zona baixa onde a população mantém campos agrícolas e que, de acordo com a mesma fonte, está “completamente ocupada por insurgentes”.
“Ninguém passa” pelo alegado cativeiro, “porque eles estão lá faz tempo, estão a comer a nossa comida”, lamentou.
Outra fonte referiu que o ataque levou várias pessoas a abandonarem as casas e, a seguir, para outra sede distrital, Namacande, a cerca de 20 quilómetros, e dali até outros locais mais longínquos.
“Há muitas pessoas a saírem e algumas vão até Namacande, outras para Mueda ou Pemba; estes ataques mostram que ainda não há segurança”, acrescentou.