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Visão de Samora Machel sobre a economia pode ser adaptada à realidade actual

As ideias são trazidas num livro que cabe no bolso, da autoria do Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, lançado esta quinta-feira em Maputo. Maleiane retrata que Samora Machel tinha uma visão económica que se resumia em fazer de 1980-1990 a década da vitória sobre o subdesenvolvimento, uma tarefa ao alcance de todos os moçambicanos.

É um livro que cabe no bolso, mas o conteúdo busca elementos do modelo económico seguido no pós-independência, que cabem nas transformações  económicas destes tempos. 

Operação-produção, distribuição equitativa dos recursos, integração e independência económica de África, entre outros, fazem parte dos pensamentos de Samora Machel, que o autor do livro considera possíveis de incorporar as actuais estratégias de desenvolvimento.

“Em vez de decidir apenas sobre o Plano Estatal Central-PEC1979, anunciou a sua visão económica que se resumia no seguinte: Fazer de 1980-1990 década da vitória sobre o subdesenvolvimento. Ele acreditava que a fome e a nudez não eram uma fatalidade e que destruir o subdesenvolvimento era tarefa ao nosso alcance”, escreve Maleiane. 

Aliás, no lançamento, o autor esclarece que o importante é que  “todas as idades olhem para os princípios que estão arrolados no livro, questões de patriotismo, solidariedade e transparência. Como ele via as coisas, e como nós hoje estamos e compararmos. Vale a pena ver estes princípios para moldar a nossa forma de estar”.

Graça Machel, viúva do primeiro presidente, entende que Samora não deixou directrizes para as actuais gerações, mas soube, no seu tempo, deixar contribuições que devem ser hoje interpretadas. 

“Samora não tinha intenção de dar directrizes às actuais gerações. Ele interpretava uma realidade do seu tempo, na sua realidade e de acordo com a sua visão. Mas, porque Moçambique é um país e tem uma vida que continua, é importante  pegar nessas lições interpreta-las e adaptá-las para que sejam relevantes hoje e no futuro”, disse.

Dos pensamentos de Samora Machel, Fernando Couto destaca a máxima de que só com a independência económica é que se conquista a independência política, como uma visão a levar para os dias de hoje.

O lançamento do livro marca o fim da celebração dos 90 anos de Samora Machel.

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