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Incala, Bindzu e Xava são as grandes vencedoras de 100 Melhores PME

É da Zambézia a empresa que ganhou o principal prémio do concurso 100 Melhores empresas de Moçambique. Incala, uma indústria de calçado e de produtos plásticos, localizada na cidade de Quelimane, venceu o prémio BCI Melhores Pequenas Empresas (PME) de Moçambique do ano 2018.

Coube ao director-geral da empresa, Inusso Ismael, receber o prémio das mãos do presidente da Comissão Executiva (PCE) do BCI, Paulo Sousa. Ismael não escondeu a satisfação no momento e disse que o prémio era uma oportunidade para continuar a projectar o nome da Incala no mercado.

De acordo com a organização do concurso, o prémio BCI – Melhor PME do Ano é atribuído à empresa que melhor se destaca pelo crescimento e contributo na comunidade onde está inserida. É uma empresa vista como exemplo, ao adoptar um conjunto de boas práticas no mercado.

Ora, o crescimento da Incala fala por si. Passou de uma produtora de calçado para uma indústria com linhas de produção de vários produtos plásticos, com destaque para móveis, objectos de ornamentação e loiça.

A Incala teve melhor prestação que as empresas Empatel e Padaria Pão Quente, que ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente, no ranking global de 100 Melhores PME.
 

Bindzu é mais inclusiva e Xava é mais inovadora

O Prémio PME Inclusão foi, desta vez, para a Bindzu Agrobusiness, uma empresa ligada ao sector agrícola na província de Maputo. Já o Prémio PME Inovação foi para a empresa Xava, uma plataforma de compras online.

Segundo a organização, o Prémio PME Inclusão é atribuído à empresa que melhor se destaca na sua actividade, por envolver a comunidade na sua actuação no mercado. A Bindzu Agrobusiness levou a melhor sobre as empresas Ideia Lab e Winnua, na categoria de PME Inclusiva.

Por seu turno, o Prémio PME Inovação é atribuído à empresa que se destaca pela introdução de serviços inovadores no mercado. Os outros finalistas da sexta edição do Prémio 100 Melhores PME para esta categoria foram as empresas Dalima e Technoplus.

 Quanto à premiação, o principal vencedor tem um prémio no valor de um milhão de meticais, sendo que o prémio inclusão dá direito a 300 mil meticais e o prémio inovação, 280 mil meticais.

No geral, houve aumento de empresas inscritas no concurso, que passaram de 415 em 2016 para 622 empresas inscritas em 2017.

Em termos de distinções, PME Jovem Empreendedora foi para a empresa Smart Office Solution, tendo a sorte na categoria PME Gestão e Fiscalidade recaído para a empresa Ilufeno Construções.

Numa noite marcada por empresas de construção civil em termos de distinções, a categoria PME Gestão e Fiscalidade ficou para a Malacha Construções.

A categoria PME Exportação foi para Saboreia de Inhambane, enquanto a PME Produto Nacional foi a Winua.

Nas categorias PME Turismo e PME Indústria, os vencedores foram Diamond Mecufi Resorts e Cofres de Moçambique, respectivamente. A agência de comunicação Ferro e Ferro ficou com a categoria Melhor PME para Trabalhar e a empresa Politérnica conquistou a categoria PME Higiene e Segurança no Trabalho.

Este concurso é organizado pelo Grupo Soico, em parceria com o Ministério da Indústria e Comércio (MIC), através do Instituto para Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME), com o alto patrocínio do BCI. Os parceiros desta sexta edição foram a Ordem dos Contabilistas de Moçambique, Índico Seguros, MCNet, RSM, Tatos Botão, ITIS, Moza, CTA e Intertek.   

Na ocasião, o ministro da Indústria e Comércio destacou que o concurso tem vindo a crescer a cada ano e que é uma grande montra do que se faz em Moçambique em termos de inovação e produção.

O Presidente da Comissão Executiva (PCE) do BCI, Paulo Sousa, e o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do grupo Soico, Daniel David, prometeram mudanças positivas no concurso, com destaque para a realização do lançamento e da cerimónia de premiação fora de Maputo, na próxima edição.

Conteúdo nacional em destaque na sexta edição

A sexta edição subordinou-se ao tema “Fortalecer as cadeias de valor do conteúdo nacional”, um chamamento ao empresariado nacional para se preparar com vista às várias oportunidades, principalmente no sector de petróleo e gás.

As Pequenas e Médias Empresas jogam um papel importante na economia do país, tendo um grande contributo na geração de centenas de milhares de postos de trabalho. geram 48% do emprego no país e garantem renda a muitas famílias, o que possibilita a expansão, e contribuem com 28,6% no Produto Interno Bruto (PIB).

Entretanto, o financiamento às PME continua a ser um desafio que vai ser resolvido em parceria com o sector empresarial, através do desenvolvimento e até co-implementação de mecanismos alternativos mais adequados, como capital de risco, fundos de investimentos, garantia mútua, entre outros.

Incala destacou-se no prémio principal

Com cerca de 15 anos de experiência no desembaraço aduaneiro de mercadorias, a Empatel tem vindo a vincar o seu nome entre as maiores empresas que operam neste sector. Conta com uma equipa de profissionais dinâmica e experiente, que tem sido responsável pelo crescimento competitivo no mercado. Em 2010, a empresa ganhou maior notoriedade no mercado quando esteve na lista das empresas que mais receitas arrecadaram para o porto de Maputo.

Em 1975, no auge da independência de Moçambique, houve um empreendedor que identificou várias oportunidades de negócios e acreditou. Sem recursos, mas com vontade de fazer a diferença, Dinis dos Santos investiu o pouco que tinha na área da panificação. Aos 23 anos de idade, tornou-se um dos poucos proprietários de padarias no bairro de Chamanculo, cidade de Maputo, naquela época. Actualmente, a Padaria Pão Quente produz cerca de 20 mil pães por dia.

Fundada em 1977, a Incala é uma indústria de plásticos, situada na cidade de Quelimane, província de Zambézia. No início, a empresa dedicava-se especialmente à produção de calçado e, mais tarde, introduziu outras linhas de produção, como sacos plásticos, louça melanina, entre vários artigos plásticos. Mais de 70 trabalhadores garantem a gestão e produtividade deste negócio, que em 2016 facturou o equivalente a 60 milhões de meticais.

Inclusão da Bindzu convenceu o júri

Fundada 2010, a Bindzu Agrobusiness e Consultoria é o resultado da união de três agrónomos que, depois de trabalharem para o patronato, decidiram por conta própria gerar rendimentos. Iniciaram com a produção de hortícolas e, mais tarde, investiram em outras áreas que complementam a cadeia de valor do agro-negócio. Dos vários projectos desenvolvidos pela empresa, destaca-se a formação técnica de pequenos produtores na incrementação de novas tecnologias que conferem um alto rendimento.

Sediada na Cidade de Maputo, a IdeiaLab é uma empresa fundada em 2010, com o objectivo de desenvolver habilidades de gestão para empreendedores. Esta história de empreendedorismo feminino começou quando duas amigas de infância decidiram unir as suas experiências profissionais num projecto de vida e negócio que transformou as suas vidas. Formaram uma rede de parceiros que actualmente promovem projectos de acompanhamento, essencialmente para mulheres e jovens.

Criada em 2011, a Winnua é uma empresa que desenvolve actividades nos ramos florestal, agrícola e comercial em Mocuba, província da Zambézia. Com um investimento inicial de 50 milhões de meticais, a sua principal actividade era a plantação de teka e, mais tarde, introduziu a produção e processamento de milho e soja. Actualmente com cerca de 30 trabalhadores fixos, a empresa alcançou, ano passado, uma produção de 24 toneladas de soja, numa área de 25 hectares.

Inovação da Xava é própria de empreendedores

Idealizada por Eude Tsamba, a partir de um projecto académico, a Xava é a primeira loja virtual em Moçambique criada por um moçambicano. Movido pelo sonho de ter o próprio negócio, o jovem empreendedor acreditou e investiu as suas poupanças nesta plataforma que revolucionou o comércio electrónico, numa altura em que o domínio das tecnologias de informação e comunicação ainda era fraco. Passados cerca de cinco anos, a loja virtual tem uma grande notoriedade em todo o país, contando actualmente com cerca de 15 mil clientes registados.

Com o símbolo de pioneira na introdução de tecnologia de publicidade digital ao ar livre em Moçambique, a Dalima é uma empresa idealizada em 2008 por Nuno Lima. Numa época em que os meios convencionais de publicidade assumiam a liderança, a Dalima introduziu painéis digitais para publicidade, uma verdadeira novidade para o país, numa altura em que os “outdoors” estáticos eram os mais vistos. A história da Dalima é fruto da aventura empresarial de Nuno Lima, um jovem empreendedor que arriscou cerca de 250 mil dólares.

A Technoplus é uma empresa moçambicana de prestação de serviços informáticos. Conta actualmente com uma rede de clientes, desde pequenos a grandes. A sua história inicia em 2010, quando, depois de cair nas malhas do desemprego, a jovem moçambicana Sázia Sousa decidiu, através das suas habilidades técnicas, criar a própria renda. Sempre em busca da satisfação dos seus clientes, a Technoplus tem assegurado uma vasta gama de serviços informáticos inovadores, dentre os quais se destaca uma plataforma de assistência técnica “online”.

 

 

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