A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) fechou, recentemente, um contrato com a Siemens para o recondicionamento de 15 transformadores na subestação HVDC, em Songo, província de Tete. O anúncio foi feito, esta quinta-feira na Feira Internacional de Maputo, pelo director-geral da Siemens Moçambique, Rui Marques, que no entanto, não revelou os custos envolvidos no processo, argumentando que estes são imprevisíveis, já que deverão variar ao longo do tempo.
O processo todo envolve a renovação dos 15 transformadores conversores, a substituição dos enrolamentos internos de quatro unidades e das travessias e recondicionamento geral de 11 unidades.
Em termos de impacto, espera-se que dê maior fiabilidade à subestação ao fornecimento de energia quer para Moçambique, quer para a exportação, ou seja, trata-se de uma acção para renovar os equipamentos que já são antigos e adaptá-los às novas tecnologias que permitam que as linhas de corrente contínua, com capacidade de 1 920 megawatts (MW), sejam exploradas com mais eficiência e fiabilidade.
É que a HCB assume-se como responsável pelo transporte de energia a grandes distâncias, incluindo para África do Sul (neste caso são 1 450 quilómetros), graças às linhas de transmissão em corrente contínua (HVDC), as quais são alimentadas por transformadores conversores que datam dos anos 1970 e que agora serão modernizados.
A montagem, a ser efetuada pela Siemens Moçambique em conjunto com a casa-mãe e a equipa da Siemens Portugal, deve durar pouco mais de três anos (39 meses), a contar a partir deste ano, dada a complexidade da montagem das 15 máquinas, considerando tratar-se de equipamento de grande porte.
De acordo com o director-geral da Siemens Moçambique, a montagem dos novos equipamentos será feita nas instalações da HCB (em Songo, província de Tete), o que de certa forma vai permitir gerar emprego e possibilitar a transferência de conhecimento para os moçambicanos. De outra forma, a compra e montagem dos transformadores poderia ter lugar na Alemanha (onde está sedeada a Siemens), mas para assegurar benefícios para Moçambique decidiu-se que a montagem fosse feita localmente.
Cahora Bassa é uma empresa importante para o país. A energia que produz é transportada desde a subestação de Songo para o norte do país e exportada para países vizinhos, nomeadamente Malawi, Zimbabwe e África do Sul.
HCB tem sofrido avarias
O investimento em novos geradores conversores pode ajudar a resolver algumas avarias que se têm verificado nos equipamentos da HCB, e que condicionam o fornecimento de energia. A última delas ocorreu a 03 de Dezembro do ano passado, chamado Grupo Gerador nº 3, causada pela ruptura do material isolante do enrolamento daquele equipamento. Como resultado, o fornecimento de energia aos clientes foi reduzida na ordem de 18% quer para os clientes internos, quer a energia eléctrica exportada para os países vizinhos. Através de um comunicado, a empresa informou, na altura, que a reparação da respectiva avaria era de uma complexidade que exigia um prazo de 70 dias.