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 “Há grandes deficiências” no sistema público de saúde

Foto: O País

O bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique diz que tem a impressão de que há grandes deficiências nos hospitais públicos que põem em causa a qualidade do serviço prestado à população. Gilberto Manuel Manhiça foi o convidado de honra na cerimónia de graduação realizada, esta quarta-feira, na Universidade Lúrio, em Nampula.

Interpelado pela nossa equipa de reportagem sobre as queixas de falta de material básico nalguns hospitais públicos para o atendimento condigno aos pacientes, o bastonário foi claro, ao considerar que essa situação é real e põe em causa o seu juramento de salvar vidas.

“Nós temos a impressão de que, efectivamente, há grandes deficiências, que têm sido reportadas por colegas que têm estado a interagir com os pacientes. Mas, estamos a trabalhar com as estruturas competentes, para que haja resolução destes problemas”, considera Gilberto Manhiça, que vê uma relação entre as condições de trabalho oferecidas pelo Estado e qualidade do serviço prestado ao utente.

“Não é possível fazermos o acto médico sem que as condições de trabalho estejam criadas. Então, é necessário, efectivamente, que quem de direito disponibilize estas mesmas condições, para que o médico, o enfermeiro e o técnico possam exercer o melhor acto médico possível.”

Uma vez que a Ordem dos Médicos de Moçambique se sente parte essencial para a melhoria do serviço público de saúde, Gilberto Manhique falou-nos das acções em curso. “Estamos a trabalhar com o Ministério da Saúde (MISAU) no processo da certificação dos médicos e qualificação das unidades sanitárias para o processo das residências dos especialistas e este trabalho pressupõe que vamos visitar as unidades sanitárias, saber das suas valências e recomendar o MISAU sobre as mudanças que devem ser operadas, para que possamos ter a melhor qualidade na formação de especialistas”, garantiu o bastonário.

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