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“Milhares de pessoas continuam a fugir da violência no Norte de Moçambique”, revela ACNUR

Este é um resumo do que foi dito pelo porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Boris Cheshirkov – a quem o texto citado pode ser atribuído – na colectiva de imprensa no Palais des Nations, em Genebra.

Aquela organização mostra-se preocupada com a violência em curso na província de Cabo Delgado, que obrigou milhares de pessoas a fugirem.

Segundo informações obtidas através de parceiros na região, uma série de ataques de grupos armados não estatais, entre Janeiro e meados de Março, deslocou cerca de 24.000 pessoas no distrito de Nangade.

Estas pessoas precisam de assistência humanitária urgente e serviços de protecção. Centenas de famílias ainda estão em movimento. Cerca de 5.000 pessoas também buscaram protecção no distrito vizinho de Mueda, uma área remota na fronteira com a Tanzânia.

Os que fugiram da violência sofreram e testemunharam atrocidades, incluindo assassinatos, decapitação e desmembramento de corpos, violência sexual, sequestros, recrutamento forçado por grupos armados e tortura.

O número de pessoas que chega a Mueda continua a aumentar, à medida que a ameaça de violência permanece. ACNUR e seus parceiros trabalham em estreita colaboração com as autoridades locais para garantir que as necessidades das comunidades deslocadas sejam atendidas.

“Estamos, neste momento, a fornecer materiais de abrigo e utensílios domésticos para famílias vulneráveis, monitorando os riscos de protecção e apoiando as autoridades para a gestão dos locais que hospedam os deslocados”, referiu ACNUR.

“Estabelecemos, igualmente, instalações comunitárias e de acolhimento para os deslocados internos em Lyanda e Nandimba. No entanto, alguns desafios permanecem, especialmente na assistência à saúde mental e apoio psicossocial às crianças desacompanhadas e separadas, pessoas com deficiência, mulheres grávidas e idosos”, acrescentou.

Segundo as autoridades locais, o distrito de Mueda acolhe 134.515 deslocados internos. A maioria dos centros de acolhimento encontra-se superlotada e, em breve, atingirá a capacidade máxima. Mueda está entre os distritos que acolhem o maior número de comunidades deslocadas em Cabo Delgado.

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