A maior parte das estradas do país continua em péssimas condições devido a supostas falhas cometidas pelo Governo no passado, que levaram à degradação das vias de acesso, anualmente intransitáveis.
Uma das principais causas da falta de manutenção das estradas, segundo justificou o ministro das Obras Públicas e Habitação e Recurso Hídricos, João Machatine, está relacionada com a utilização das vias de acesso de forma quase gratuita.
“A maior parte das estradas estão degradadas porque outrora os automobilistas utilizavam as vias de acesso sem pagar, e o Governo não tem dinheiro suficiente para fazer a sua manutenção, por isso tivemos que instalar portagens para garantir que todo automobilista contribua na manutenção das estradas, pagando pelo seu uso”, disse Machatine.
Além de portagens, de acordo a fonte, o Governo passou a priorizar a construção e reabilitação de pontes e aquedutos, dois tipos de infraestruturas rodoviárias que muitas vezes têm provocado a intransitabilidade das vias de acesso.
“O Governo vai apostar em pontes e aquedutos, porque muitas estradas ficam intransitáveis devido a essas duas infra-estruturas. Já temos 26 pontes metálicas e encomendamos mais 40, que deverão chegar até ao primeiro trimestre do próximo ano, para impulsionar a transitabilidade nas zonas rurais e mesmo nas principais estradas que sofrerem devido às alterações climáticas”, prometeu o ministro.
Uma boa parte das pontes metálicas encomendadas pelo governo serão instaladas em Cabo Delgado, onde em apenas 3 meses foram investidos cerca de MZN 400.
“Uma das pontes metálicas com cerca de 45 metros foi instalada sobre o rio Montepuez na estrada R762, que liga ao distrito de Quissanga, e que está avaliada em quase MZN 145 milhões. Interrompida há cerca de três anos, devido às chuvas, foi reconstruída uma ponte de betão armado sobre o Nangua, com cerca de 300 metros, avaliada em cerca de MZN 20 milhões”, confirmou Machatine.
Além da estrada R762, o Governo construiu uma ponte sobre o rio Messalo, na estrada R698, que liga o distrito de Montepuez a Mueda, que há cerca de 3 anos serve como alternativa a N380, que ficou interrompida devido ao terrorismo.
“Na estrada N380, que está interrompida na passagem sobre o rio Messalo há quase três anos, devido às chuvas e que deixou a zona de Cabo Delgado isolada, construímos aquedutos com 25 metros e custou cerca de MZN 89 milhões, e ainda sobre o rio Messalo, mas na estrada R698, que anualmente ficava interrompida devido às chuvas, investimos mais de MZN 200 milhões na construção de uma nova ponte metálica com cerca de 75 metros de comprimento e quase 10 de altura, contra a anterior drift que tinha apenas 4 metros de altura e 45 de comprimento,” descreveu Machatine.
A ponte metálica sobre o rio Messalo, na R698, foi inaugurada pelo ministro das Obras Públicas, Habitação e Recurso Hídricos na última quarta-feira. Actualmente, quase todas as estradas da província de Cabo Delgado estão intransitáveis, e o Governo promete retomar as obras paralisadas devido aos ataques terroristas a partir do próximo ano.