O executivo moçambicano, representado pelos ministros dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Ernesto Max Tonela e o da Defesa Nacional, Jaime Neto, manteve um diálogo em Maputo com o presidente para a área de pesquisa e produção da concessionária francesa da área um da bacia do Rovuma, a Total, Arnaud Breuillac, com o objectivo de assegurar que a companhia petrolífera continue com o seu projecto de exploração de gás natural liquefeito em Afungi.
Depois da reunião entre as partes, o Governo moçambicano garantiu à Total que vai empenhar-se na busca de soluções para restabelecer a segurança em Cabo Delgado, de modo a permitir a retoma do projecto Mozambique LNG, cuja produção está prevista para 2024.
“Transmitimos à Total o nosso total empenho na restauração de condições de segurança favoráveis ao reatamento de todos os empreendimentos suspensos devido à acção dos terroristas em Cabo Delgado”, avançou o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, sem mais detalhes, segundo a Lusa, que acrescenta que os governantes moçambicanos e Breuillac manifestaram sintonia e confiança em relação à viabilidade dos projectos de gás na bacia do Rovuma.
A Total anunciou motivos de “força maior” para ter retirado todo o pessoal do norte de Moçambique, após o agravamento do terrorismo, cujo acto, recentemente mais violento, ocorreu a 24 de Março último, na vila de Palma, nas proximidades das instalações da Total.
Os grupos armados, que têm vindo a protagonizar ataques contra civis em Cabo Delgado, reclamados pelo Estado Islâmico desde 2017, já causaram mais de 2.500 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, citado pela Lusa, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano, através do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).