Ainda não há dinheiro para a construção de uma nova ponte para substituir a “ponteca” sobre o rio Umbeluzi, que liga a sede da vila municipal de Boane e mais 25 bairros que dependem daquela infra-estrutura para sua mobilidade.
Na última época chuvosa, o rio Umbeluzi no distrito de Boane, Província de Maputo, registou cheias que causaram inundações e, como consequência, a “ponteca” de Mazambanine ficou submersa.
“O caudal do rio subiu e praticamente não conseguimos passar, porque a ponte ficou coberta de água e a única via de transitabilidade são aqueles barcos a remos que, muitas vezes, não oferecem segurança e a população sofre muito”, disse Marta Cumbane, residente no bairro 25 de Junho em Boane.
“Esta ponte inquieta-nos porque, todas as vezes que há chuvas, não temos passagem nesta via”, lamentou Roque Ngovene, residentes no bairro 25 de Junho em Boane.
Com a previsão de mais chuva na presente época chuvosa, a “ponteca” voltará a estar submersa. “Posso ter opinião, mas não tenho força para fazer, porque o Governo também não consegue. O segredo é levantar esta ponte; essa seria a solução porque, com a ponte alta, não ia encher mais”, sugeriu um dos residentes e comerciantes daquele ponto da Província de Maputo.
Os cereais, o carvão, os tijolos, entre outros produtos e bens que são produzidos em Boane, tudo fica prejudicado com a mobilidade. “Foi uma coisa muito difícil, tivemos que parar uma semana para conseguirmos passar e prosseguir com o trabalho”, contou um dos camionistas.
A “ponteca”, estreita e construída no período colonial, já está degradada e foi dimensionada para uma outra realidade que difere do contexto actual em que a carga que circula não é sujeita à pesagem, o que faz com que haja desgaste da infra-estrutura que vem sofrendo com o aumento do caudal do rio Umbeluzi.
O Governo da Província de Maputo até reconhece a necessidade de se construir uma nova ponte, mas diz ainda não ter dinheiro.
“O obstáculo é mesmo financiamento, neste momento a Província de Maputo tem interesse no âmbito da diplomacia económica por forma a trazer investimentos para o sector de infra-estruturas, em particular para o sector de estradas.”
Em dias normais, a travessia é feita às escuras no período nocturno, pois não há iluminação pública.