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Governo ainda não pagou os quatro meses em dívida com os transportadores

Foto: O País

O Governo ainda não pagou os quatro meses de compensação aos transportadores prometidos para minimizar o impacto do custo dos combustíveis. O valor é referente aos meses de Setembro a Dezembro do ano passado. A Agência Metropolitana de Transportes tinha prometido liquidar a dívida até Janeiro.

No dia 12 de Janeiro deste ano, o Presidente do Conselho de Administração da Agência Metropolitana de Transportes (AMT) prometeu que até o final do mesmo mês seria paga a dívida de quatro meses que a AMT tem com os transportadores de passageiros.

Mas, não passou de promessa. Quase três meses depois, os transportadores continuam à espera do pagamento.

O presidente da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários, FEMATRO, diz que tem mantido contacto, tanto com a AMT, quanto com o Governo, através do Vice-ministro dos transportes e comunicação e sempre houve promessas de pagamento.

“Dos quatro meses do ano passado em dívida (apesar de o Vice-ministro dos transportes ter dito que nos seriam pagos os quatro do ano passado, mais Janeiro e Fevereiro, numa outra altura), até agora não foram pagos. Temos informação, desde a semana passada, que é uma questão de tramitação, que a transferência já foi feita e a qualquer momento o valor estaria disponível para começar o pagamento aos transportadores”, explicou o Presidente da FEMATRO, Castigo Nhamane.

Nhamane diz que a falta de pagamento está a prejudicar aos transportadores.

“Nota-se cada vez menos transporte na via, insto porque os operadores tendem a reduzir o número de meios que põem na estrada, uns porque estão avariados e os proprietários não têm dinheiro para reparar; outros porque de forma gradual não os colocam na estrada por falta de combustível; ou ainda porque há viaturas que só operam nas horas de ponta, mas também por pouco tempo”, disse.

Sem gravar entrevista, a Agência Metropolitana de Transportes disse estar em contacto permanente com a FEMATRO e garantiu para breve o pagamento da dívida.

Sobre o encurtamento de rotas e selecção de passageiros, que ainda se assiste, mesmo após a recente entrada em vigor de uma nova tarifa, Castigo Nhamane acusa a Polícia Municipal de pouco fazer para estancar o mal.

“A fiscalização não é eficaz, refiro-me à Polícia Municipal, Polícia de Protecção e a Polícia de Trânsito. Porque, o que acontece é o infrator, aquele que encurta, aquele que seleciona os passageiros é a tripulação (motorista e cobrador). No nosso entendimento, estas pessoas devem ser punidas severamente”, explicou.

Nhamane defende que havendo responsabilização mais “pesada” para os que prevaricam poderá haver redução ou até estancamento do mal, contrariamente ao que ocorre, onde apenas é retida a viatura. Com o pagamento da multa, esta volta a operar.

O presidente da FEMATRO apontou ainda o alto índice de corrupção na estrada como um dos vectores do mal.

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