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Fraco movimento caracterizou Cidade de Maputo após apelo da Renamo

Foto: O País

O comércio funcionou “a meio gás” na Cidade de Maputo, esta segunda-feira, depois da convocação de paralisação geral de actividades pela Renamo, em contestação dos resultados eleitorais na capital do país. As pessoas receavam que a paralisação convocada pela Renamo culminasse em confusão.

O cabeça-de-lista da Renamo na Cidade de Maputo, Venâncio Mondlane, apelara, na sexta-feira passada, para que as pessoas não saíssem de casa, esta segunda-feira, em contestação dos resultados das eleições autárquicas. Mas o que se viu é que as pessoas saíram, embora com algum receio. Anifo Carlos, residente no bairro Luís Cabral, muito bem próximo ao centro da Cidade de Maputo, conta que teve receio de sair de casa, mas venceu o receio e fez-se à rua.

“Aquele palpite que todos nós tínhamos, de que haveria manifestações, foi difícil, mas como tínhamos de sair de casa para podermos comprar alguma coisa, então saímos e está tudo calmo e tranquilo.”

Enquanto isso, Sandra Rufino diz que não recebeu nem viu a mensagem que apela para se ficar em casa. Por isso, saiu normalmente. “Não recebi nenhuma mensagem, não tive nenhuma preocupação nem exitação em sair de casa. Saí normalmente. Quando cheguei cá, à cidade, vi que tudo está em ordem, a situação decorre normalmente. A vida das pessoas está a correr bem”.

No mercado da Praça dos Combatentes, o comércio estava fraco. Quase todos estavam com medo. Alexandre Ricardo, um dos vendedores nas ferragens que ficam bem em frente à Avenida Julius Nyerere, conta que saiu de casa pela necessidade de trabalhar.

“Tivemos a informação de que temos que ficar em casa, mas sabes como é que é a situação do país. Trabalhamos para comer quase todos os dias, só por ficar em casa um dia, as coisas ficam assim, de qualquer maneira. Tivemos de sair, não há maneira”.

Os pontos de maior aglomeração populacional, onde poderia haver convulsões, estiveram com forte presença policial. É o que se viu na praça dos combatentes, onde havia muitos agentes à paisana, polícia canina e outras especialidades da PRM.

No terminal rodoviário de passageiros da Praça dos Combatentes, foi notável a fraca afluência de passageiros. Os transportadores ficavam horas a fio à espera de passageiros que quase chegavam timidamente, como avançou Joaquim Marques, que estava sentado junto ao seu cobrador dentro do veículo de 15 lugares na rota “Xiquelene-Baixa”.

Na baixa da Cidade de Maputo, na Avenida Guerra Popular, era notório o movimento animado de pessoas. As lojas, muitas delas semi-abertas e com grades encostadas às paredes, outras ainda estavam fechadas e algumas, completamente abertas. O comércio informal instalava-se também com algum receio e medo de vandalização.

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