Cerca de 13% das crianças, dos 12 aos 17 anos, que têm acesso à internet já sofreram abuso sexual on-line no país. A Direcção Nacional da Criança diz que há falta de informação sobre os riscos da exposição à internet.
A crescente exposição de crianças à internet está a aumentar a vulnerabilidade ao abuso e à exploração sexual infantil.
Os casos envolvem ameaças e partilha de imagens de partes íntimas das vítimas, segundo explicou a directora-executiva da Rede da Criança, Amélia Fernanda.
“Muitas crianças não têm noção de que estão a passar por estas situações e de que a internet tem certos malefícios”, disse a directora-executiva da Rede da Criança, explicando que “as plataformas digitais permitem a interacção com pessoas desconhecidas, por isso os malfeitores aproveitam-se da fragilidade das crianças para tentarem as suas acções. Eles aliciam as crianças, manipulam, com vista a convencerem-nas a partilharem imagens de partes íntimas do seu corpo em troca de presentes e dinheiro”.
Uma preocupação para o Ministério do Género, Criança e Acção Social que diz que a falta de informação sobre os riscos da exposição à internet está por detrás do aumento dos casos de abuso sexual.
“É preciso que as famílias pautem pelo uso informado da internet. O telefone é um recurso importante para a investigação e a pesquisa e a tendência é de disponibilizar com facilidade às crianças, mas é o mesmo aparelho que pode representar perigo quando associado à internet, principalmente quando o seu uso não é regrado e acompanhado”, disse Angélica Magaia, directora nacional da Criança.
As constatações foram apresentadas, esta quinta-feira, na Cidade de Maputo, durante o lançamento de uma pesquisa sobre exploração e abuso sexual infantil online.