A Conservatória do Registo Civil da Matola realizou cerca de 40 casamentos num dia, o que causou demora no atendimento e frustração nos noivos. Sem explicação clara do que estava acontecer, os nubentes viram suas festas comprometidas.
Os olhares dos familiares e dos demais convidados penetravam as grades do muro da Conservatória do Registo Civil da Matola para, atentamente, controlar a fila dos carros de noivos, enquanto não chegava a sua vez.
Havia muitos casamentos por registar na Conservatória da Matola e os noivos chegaram a esperar mais duas horas pela sua vez.
“O processo está muito lento e a gente não sabe o que está a acontecer, de verdade”, queixou Iraima Manuel, uma das noivas na fila de espera para o registo do casamento.
Ninguém sabia o que estava a acontecer, de verdade, aos noivos nada mais restava aguardar nas viaturas perfilas e assistir o ruir de um dia que se esperava perfeito.
“Já tenho três horas de tempo. Está muito mal. Nem para ir à praia, uma vez que estão reabertas, vai dar. Não teremos passeios. Depois da cerimónia é só ir para casa”, lamentou Lurdes Bila, também noiva na fila de espera.
Pode até não haver passeio, mas que o casamento vai acontecer, independentemente, do tempo de demora, é uma certeza para os convidados que ajeitam-se nos bancos para ouvir o “sim” dos noivos.
“Minha filha é que está a casar e estou à já há três horas. Eles alegam que o cartório está sobrecarregado e mesmo para poder ter acesso ao interior foi-me muito difícil”, disse Constantino Aminosse, pai de um dos casais presentes na Conservatória da Matola.
O que mais preocupa os familiares é que não houve nenhuma explicação do que estava, efectivamente, a acontecer. Aliás, até tiveram alguma informação. “Quando nós chegámos perguntámos o que se estava a passar porque o nosso casamento estava marcado para às 11h e eles disseram que não funcionava nem hora e muito a lista dos nubentes”, explicou Lilocas da Silva.
Com todo o protocolo quebrado, o trabalho de reajustar o programa fica sob a responsabilidade do padrinho que se advinha nada fácil. “É verdade, vamos ter que gerir o tempo que resta e vamos tentar controlar tudo para que o evento corra bem”, mostrou expectante, Rui Vicente, um dos padrinhos dos nubentes.
Tudo podia estar sob controlo, menos as medidas de prevenção contra o novo Coronavírus numa situação em que os convidados, alguns sem máscaras, não observavam o distanciamento.
Já os casamentos eram registados em duas salas e testemunhado por apenas 10 convidados.