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Está atrasada a construção da vala de drenagem na Liberdade

Foto: O País

O Município da Matola não cumpriu com o prazo de entrega da vala de drenagem no bairro liberdade, iniciada em Fevereiro. Segundo a edilidade, o atraso das obras deveu-se à chuva que caiu no mês de Fevereiro.

Em Fevereiro último, algumas casas e ruas do bairro da Liberdade, no Município da Matola, estiveram completamente inundadas, devido à chuva que caiu na altura.

Como consequência, algumas residências foram abandonadas. Quatro meses depois, a água baixou mas persistem marcas dos estragos causados pelas chuvas.

Para minimizar o sofrimento dos munícipes da Matola, a edilidade local lançou um projecto de construção de valas de drenagem.

Na altura (31.01.23), o Presidente do Município da Matola disse que se tratava de um projecto que a edilidade está a levar a cabo para resolver o problema de inundações urbanas que afectam este e vários outros bairros, apesar de ser um sacrifício enorme devido ao investimento a ser feito.

“É um esforço enorme que estamos a fazer para mobilizar recursos, escassos muitas vezes não advém dos nossos fundos, é preciso encontrar parceiros, mas conforme disse, é nosso desejo que todos os bairros mencionados, que ciclicamente são afectados tenham formas de as águas encontrarem o seu percurso”, disse Calisto Cossa, Edil da Matola.

O prazo era de quatro meses, ou seja, as obras deviam terminar em Junho, mas no terreno tudo indica que ainda há muito a ser feito.

Os beneficiários directos das obras aguardam com ansiedade, pois temem reviver o cenário da época chuvosa passada.

Mas, há quem não acredita no projecto e questiona a sua qualidade.

“Os moradores da Liberdade pediram valas abertas, no formato V, para poder escoar facilmente as águas e facilitar as limpezas. Eles estao a fazer um novo projecto. Meteram aqui novas anilhas, ouvi dizer que as anilhas foram reprovadas por falta de ferro no seu interior, mas parece que isso está a ser ignorado”, disse um munícipe que preferiu falar na condição de anonimato.

Este conta ainda que a informação sobre a baixa qualidade do material usado foi partilhada numa reunião do bairro, na presença de membros do Município, por isso questiona, uma vez que colocadas as anilhas onde podem passar camiões de grande tonelagem aquelas podem ceder e bloquear a passagem da água.

O porta-voz do Município da Matola confirma o facto, mas diz que já foi ultrapassado.

“São algumas questões que mereceram alguma atenção do município como dono da obra, bem como do empreiteiro encarregue, mas não são questões estruturantes, são apenas cosméticas e foram, pontualmente, reportadas e corrigidas, e neste momento já estão ultrapassadas e as obras estão a decorrer”, esclareceu Firmino Guambe.

Sobre o atraso das obras, Firmino Guambe diz que as condições do terreno é que estão a dificultar o trabalho.

“Havia essa indicação de que em quatro meses teríamos concluindo com o trabalho, mas infelizmente não conseguimos por conta da chuva que assistimos no princípio do mês de Fevereiro. Nós visitamos, na semana passada, as obras, mesmo para perceber melhor, do lado do empreiteiro, e há uma indicação de que a esta altura o empreiteiro está a envidar esforços para contornar os constrangimentos com que se depara no terreno, que decorrem do nível de saturação dos solos. Os trabalhos não estão a decorrer como estava previsto”, concluiu Guambe, garantindo que, apesar dos constrangimentos, o empreiteiro está sensibilizado a acelerar as obras tendo em vista a próxima época chuvosa, que se avizinha.

Ao todo são 25 quilómetros de valas de drenagem que a edilidade da Matola pretende construir, para minimizar o impacto das inundações. Neste momento, decorrem igualmente obras de valas de drenagem do bairro Fomento.

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