Os moradores dos bairros São Dâmaso e Machava Bedene, no município da Matola, vivem em meio a erosão extrema, provocada pelas últimas chuvas. A situação arrasta a vedação de uma escola local e vias de acesso, colocando em perigo as residências.
Os sinais estão visíveis por todos os lados. Pequenas dunas no interior do bairro, murro da escola escavado, postes de energia eléctrica caídos são alguns dos danos provocados pelasúltimas chuvas que assolaram o município da matola, há três meses. Vários bairros foram afectados, dentre os quais temos os bairros de Machava Bedene e São Dâmasso, que meses depois vivem sequelas em meio a erosão extrema.
Os sinais da destruição lenta e dolorosa são visíveis a todos os níveis. Ângela Escarne viu o seu estabelecimento comercial escavado até desabar.
“Eu tinha no interior da minha residência um estabelecimento comercial que foi reduzido a nada pela erosão que advém das últimas chuvas. A minha vizinha quase que teria seu carro soterrado, no dia da chuva, a sua garagem desabou e recuperou o seu empreendimento por pouco. Neste momento, a única coisa que nos resta é esperar pela ajuda do município que nunca chega.” lamenta a cidadã.
Consternada e revoltada com a destruição provocada pelanatureza, Cecília Pelembe é outra munícipe que pede a intervenção do governo local para a busca de soluções. “Estamos praticamente abandonados, há três meses,reportamos esta situação inclusive à Empresa Electricidade de Moçambique para a retirada dos postes que caíram, porém continua com electricidade. Nem eles, nem o município pisaram neste local desde as últimas chuvas”.
Na ligação entre os bairros São Dâmaso e Machava Bedeneestão localizadas três escolas das quais uma é a Secundária de Machava Bedene 2001. Neste centro de ensino não faltam sinais de destruição. Um exemplo claro disso é a cantina daescola, não resistiu à erosão.
O Chefe do quarteirão 50 do bairro São Dâmaso afirma que, junto de outros líderes locais, já participaram o caso as estruturas superiores, mas até aqui o que houve é o trabalho de levantamento dos prejuízos, há três meses.
“Já houve uma equipa que veio para cá com objectivo de fazerem o estudo e avaliação da situação, chegado aqui tiraram fotografias e prometeram retornar na semana seguinte, mas nunca mais lhes vimos”, explica Artur Muculumad, Chefe do Quarteirão 50 no bairro São Dâmaso.
O Jornal O País entrou em contacto com a porta-voz do município da Matola tendo prometido pronunciar-se oportunamente. Entretanto, sem gravar a entrevista, uma fonte próxima à edilidade assegurou que há intervenções em curso em quase todos os bairros, e é mediante a gravidade da situação.