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Eleições autárquicas: partidos apostam em candidatos jovens

O processo de inscrição dos partidos junto da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) para a sua participação nas eleições autárquicas de Outubro em Moçambique dá sinais de que as formações políticas estão a apostar na juventude para liderar as autarquias, dizem analistas políticos, alertando, entretanto, que devem ser jovens com visão face a problemas concretos dos municípios.

A CNE deve anunciar, esta semana, os cabeças-de-lista dos partidos políticos, mas já se sabe que, para a Cidade de Maputo, Eneas Comiche, deixou de ser a escolha da Frelimo, tendo este partido optado pelo jovem Razak Manhique.

A Renamo, por seu turno, deixou de apostar no general Hermínio Morais, candidato derrotado nas anteriores eleições, na Cidade de Maputo, e vai lançar para esta corrida o jovem Venâncio Mondlane.

A Frelimo, que na cidade da Beira está na oposição, vai avançar com Stela Pinto Novo Zeca, jovem que actualmente ocupa o cargo de secretária de Estado na província de Sofala, enquanto a Renamo aposta em Geraldo de Carvalho.

O MDM ainda não anunciou os seus cabeças-de-lista, mas sabe-se que o partido irá também apostar na juventude, passando-se o mesmo com o Partido Nova Democracia.

O analista político Alexandre Chiure diz que esta é uma “homenagem aos jovens”, que lutam pelo protagonismo no desenvolvimento do país.

Ele realça que a aposta na juventude é positiva porque “os jovens têm estado a reclamar que não participam na tomada de decisões sobre a vida do país”.

“Não se pode ter medo de apostar na juventude por alegada falta de experiência, porque os próprios libertadores desta pátria, quando assumiram o poder, após a independência, não tinham experiência”, anota Chiure.

Entretanto, o também analista político Paulino Cossa diz que não basta ser jovem, “tem de ser jovem com visão e que possa ajudar na procura de soluções para os principais problemas da juventude, principalmente a falta de emprego”.

Para Gil Aníbal, é preciso que os partidos políticos encontrem cabeças-de-lista consensuais, sobretudo ao nível da base, “pessoas que possam fazer diferença na gestão municipal, diferentemente do que, em muitos casos, tem estado a acontecer actualmente”, conclui aquele analista político.

Refira-se que até ao momento, nenhum candidato independente manifestou, publicamente, a intenção de concorrer para a gestão de algum município.

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