Os antigos funcionários do Serviço Nacional de Segurança Popular dizem que a ministra dos Combatentes não devia pronunciar-se sobre um assunto que não conhece. Dizem que lhes foram pagos apenas 280 mil Meticais dos cinco milhões prometidos pelo Governo no passado.
Em suas palavras, Josefina Mpelo terá dito: “o governo através do Ministério dos Combatentes pagou as pensões incluindo os sete anos de indeminização” mas não constitui a “verdade”.
“A Ministra perdeu uma grande oportunidade de se abster desse grande problema. Quando surgiu, nem sabiamos onde é que ela parava. Este assunto não começou com esta ministra, isto começou no tempo do Mateus Kida. Passou o Eusébio Lambo que também conhece um pouco deste roubo que estámos a reivindicar. Nós sentimos pena dela porque não sabe o que está a dizer e se ela puder provar nós também podemos provar que não recebemos o que ela disse”, garantiu Adolfo Beira, representante do SISNAP.
Os mais de 1800 antigos funcionários do SINASP não reivindicam o não pagamento das pensões, reivindicam que não foram pagos o prometido, que são cinco milhões de Meticais e não 280 mil Meticais.
“Nós nunca dissemos que não fomos pagos. Pagaram-nos migalhas que nem a centésima parte do prometido chega, talvez a milésima parte. Nós não fomos prometidos 280 mil Meticais, fomos prometidos cinco milhões de Meticais por cada pessoa. Pagaram a quem?, não podem nos considerar malucos ao ponto de reivindicarmos algo que já temos.”
Por considerarem que o assunto é muito antigo, recomendaram a ministra a conhecer o dossier e mostraram evidências de algumas promessas feitas durante a governação do ex-presidente Armando Guebuza. “procura soluções dos pendentes deixados por Chissano em relação aos antigos oficiais da segurança e da contra-inteligência militar” citou Beira em um documento.
Na sequência, Beira explicou que os quantitiativos das pensões foram anunciadas pelo antigo Chefe do Estado Maior General, o General lagos Lidimo.
Beira fez também critica ao referido general e ao ex-presidente Guebuza por não demonstrarem interesse algum sobre o andamento do assunto.
Se não houver uma resolução rápida, os antigos militares avisaram que estão organizados para os dois caminhos. “Nós estamos organizados e cabe a eles se vão resolver por bem ou por mal. Nós estamos organizados para reivindicar pacificamente mas se preferirem o uso da força, também estamos preparados, pois faz parte do nosso juramento.”
Na mesma intervenção, responderam, também, ao comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael e chamaram-no de mentiroso.
“Nós não pedimos protecção da polícia. Temos a nossa segurança interna que nos protege. Ali apareceram indivíduos a paisana e armados e nós os neutralizamos. Não foi a polícia que fez isso. É verdade que vieram com toda a força e toda a violência, com gás lacrimogénio e cães contra um grupo pacífico que não tinha nem armas, nem pedras, nem catanas. Todas as especialidades da PRM estiveram lá e tentaram agredir as pessoas que acabaram por perder alguns pertences.”
Os antigos funcionários da “Secreta” dizem que vão defender os seus direitos até às últimas consequências, pois faz parte do seu juramento.