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Do Rosário afirma não existir documento que comprova que Ematum pertence às FDS

Pelo quinto dia, o réu António Carlos do Rosário que, à data da sua prisão, era director de Inteligência Económica do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), continua a responder às perguntas do Ministério Público (MP), tendo a uma das quais respondido que não existe nenhum documento que comprova que Ematum pertence às Forças de Defesa e Segurança (FDS).

Esta terça-feira, entre vários assuntos, a criação da Ematum voltou ao centro das atenções de debate, na tenda da B.O.

Inicialmente, em termos de estudo de receita, o MP questionou ao réu o que previa o estudo de viabilidade da Ematum. Ou seja, o que se teria em termos de receitas operacionais. Segundo o Ministério Público, consta dos autos que a Ematum devia gerar receitas operacionais estimadas em duzentos e vinte e quatro milhões, duzentos e trinta e seis mil, novecentos e dezoito dólares.

Antes que o réu explicasse sobre o estudo de viabilidade, o Ministério Público questionou ao réu quem elaborou o estudo. À questão o réu António Carlos do Rosário reagiu: “Este estudo foi dirigido por mim e foi elaborado com participação dos membros da minha equipa e dois consultores internacionais. Andei com eles nas instituições moçambicanas a colher informação”, disse, mas não revelou os nomes dos consultores.

“Para a segurança deles, atendendo que este assunto teve depois contornos muito difíceis para a vida de muita gente, uma vez que os contactei por via dos canais operativos do SISE, sou obrigado a protegê-los por lei”, acrescentou o réu.

Questionado se o estudo de viabilidade previa que a Ematum estivesse ligada à matéria de Defesa e Segurança, o réu disse que não estava expressamente ligada, “porque o estudo de viabilidade é submetido a várias instituições, incluindo os bancos. Nós não queríamos que os bancos soubessem que a Ematum estava ligada à segurança”.

Porque as respostas ainda não estavam claras, a procuradora Ana Sheila Marrengula perguntou ao réu se existia um documento que faz menção que a empresa (Ematum) está ligada à matéria de Defesa e Segurança. A esta pergunta, o réu afirmou que não existe.

“Não existe e fizemos de propósito não fazer isso. Documento como tal que diga que a Ematum pertence às Forças de Defesa e Segurança não existe, porque é uma vertente encoberta. A única prova que existe que ficou lá na empresa é a transferência do equipamento adquirido ao abrigo da Ematum para a PROÍNDICUS.

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