O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que o peso da dívida entre a União Europeia e África constitui um fardo para as economias africanas, defendendo a urgência do seu tratamento. Falando esta terça-feira, durante o encerramento da sétima Cimeira União Africana–União Europeia, António Costa destacou ainda a importância do programa Global Gateway para o reforço do investimento em educação e no empreendedorismo juvenil no continente africano.
Caiu o pano sobre a cimeira que, durante 48 horas, reuniu em Luanda líderes mundiais e decisores globais, num momento de diálogo estratégico entre a Europa e África. Nas discussões dedicadas ao alinhamento de visões para o desenvolvimento mútuo, a economia e a paz foram os temas dominantes, com a União Europeia a considerar que os elevados níveis de dívida contraídos por vários países africanos representam um peso significativo que condiciona o crescimento e o desenvolvimento do continente.
“Mas podemos e devemos fazer bastante mais. Para isso, é essencial tratar seriamente o tema da dívida, que tolhe a capacidade de desenvolvimento do continente africano. Teve lugar este ano, em Sevilha, uma importante conferência sobre o financiamento para o desenvolvimento. É tempo agora de pôr em marcha aquilo que acordámos em Sevilha.
Temos de investir também nas infraestruturas, na energia renovável, na conectividade digital, na capacidade africana de produzir vacinas em África e para África e reforçar a sua segurança na saúde”, disse António Costa, Presidente do Conselho Europeu.
A Europa reafirmou a importância de manter relações activas e sólidas com África, assumindo o compromisso de reforçar os investimentos em programas de financiamento para iniciativas juvenis e para o sector da educação.
De acordo com o Presidente do Conselho Europeu, “África é rica em recursos naturais, recursos essenciais para a dupla transição energética e digital. Mas a maior riqueza, o maior recurso do continente africano não são os seus recursos naturais: é o seu capital humano e a sua juventude. E por isso temos de olhar para as cadeias de valor que é necessário desenvolver em África, numa lógica de parceria, e de forma a que o valor acrescentado e os empregos sejam gerados e fixados no continente africano.” A União Africana saiu do encontro satisfeita e esperançosa na materialização das decisões adoptadas.
“Quero dar destaque ao facto de nos termos posto de acordo sobre a necessidade de expandir a cooperação em matéria de paz e segurança, promovendo respostas conjuntas mais fortes contra o terrorismo e o extremismo violento; intensificar a ação climática, incluindo o financiamento para adaptação e resiliência e o apoio à transição energética africana; reforçar os laços económicos com compromissos para impulsionar o investimento em infraestruturas, manufatura e agricultura sustentável; e ampliar a mobilidade e os intercâmbios entre povos, garantindo que a migração seja segura, ordenada e benéfica para ambos os continentes”, afirmou João Lourenço, Presidente da União Africana.
O segundo dia da cimeira ficou marcado por mesas-redondas, encontros bilaterais e trocas multilaterais. Moçambique esteve representado ao mais alto nível pelo Chefe de Estado.

