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Deputados do MDM e Renamo tomam posse 16 dias depois da cerimónia solene

Tomaram posse, nesta quarta-feira, os deputados das bancadas da Renamo e do MDM, que boicotaram a investidura no dia 13 de Janeiro corrente. Foram, ao todo, 34 deputados que tomaram posse, dos 36 eleitos representando estes partidos.

Numa sala improvisada, chegavam os deputados que faltaram à cerimónia solene de 13 de Janeiro. Com oito deputados nesta décima legislatura, o MDM foi o primeiro a preencher os assentos, mas um dos deputados não esteve presente, concretamente o padre Fernão Magalhães, falecido dias depois das eleições.

Seguiram-se, depois, os 27 deputados da Renamo, também com um ausente por motivos não tornados públicos. Pontualmente às 10 horas e já com a presidente da Assembleia da República presente, os 34 deputados fizeram o juramento e posterior assinatura dos termos da posse. 

Entre estreantes e veteranos em matérias parlamentares, a presidente da Assembleia da República, Margarida Talapa, exortou os empossados a dedicarem os seus esforços no debate das matérias que têm a ver com o desenvolvimento dos seus círculos eleitorais.

“O povo espera desta casa outras formas de pensar e de fazer, para termos resultados diferentes. A Assembleia da República deve ser a digna representante de todos os moçambicanos, independentemente da cor, raça, sexo, origem ética, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, status civil dos pais, profissão ou opção política. Esta casa é a excelência do debate político, para a geração de consensos, para uma convivência  harmoniosa, respeitando-nos nas nossas diversidades, em particular as partidárias”, disse Talapa.

 Aliás, a presidente da “casa do povo” lembrou aos deputados a sua missão na presente legislatura. “O tempo urge para participarmos com todas as nossas energias na pacificação da sociedade moçambicana, que deve orgulhar-se da Independência Nacional, da superação da unidade nacional, da justiça e da democracia. Todos somos chamados a exortar os nossos compatriotas a exercerem os seus direitos sem afectar os direitos dos seus semelhantes.”

O facto de estes terem tomado a decisão de tomar posse significa o cumprimento da vontade do eleitorado. 

Por sua vez, os deputados da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) e Movimento Democrático de Moçambique (MDM) afirmam que vão à “casa do povo” com matérias e objectivos claros para defender, apesar de estarem cientes das barreiras que vão enfrentar devido ao baixo número de deputados que carregam.

“Foi-nos emprestado temporariamente este poder pelo povo soberano. O que temos de fazer  é continuar a lutar para garantir que os seus anseios possam ser atendidos com base nas nossas decisões. Por exemplo, vamos debater e procurar influenciar para que matérias como segurança pública, a questão do custo de vida, a falta de emprego para os jovens, a questão da habitação para a juventude e desnutrição crónica sejam aprovadas e posteriormente entregues ao Governo, para a sua implementação”, defendeu Fernando Bismarque, deputado do MDM.

A Renamo também promete fazer valer o voto e a confiança do povo. “Hoje tomamos posse, porque estamos certos de que os moçambicanos devem ser defendidos, os interesses dos moçambicanos devem ser protegidos, os superiores interesses da nação moçambicana devem ser defendidos”, disse José Manteigas, deputado da Renamo.

O arranque das sessões plenárias está marcado para a segunda semana de Fevereiro próximo.

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