Uff! Finalmente, esta quarta-feira, será divulgada a convocatória da selecção nacional de basquetebol sénior feminino, tendo em vista a sua participação no “Afrobasket” 2021, prova a realizar-se de 17 a 27 de Setembro, em Yaoundè, Camarões.
Numa verdadeira corrida contra o relógio, habitué cá no burgo, é oficializada amanhã a equipa técnica da selecção sénior feminino de basquetebol que tem a missão hercúlea de manter Moçambique no top 4 de África.
Ou melhor, fazer das “tripas o coração” em curto espaço de tempo que nos separa do Campeonato Africano de Yaoundè.
Pois, sem competições internas e necessidade de se fazer um exercício financeiro para assegurar o cumprimento do protocolo sanitário (testes de despiste da COVID-19 a todos elementos da selecção), há que fintar a falta de ritmo competitivo e desenhar-se um plano de preparação que permita um número aceitável de unidades de treino.
Nada que não tenha acontecido nas anteriores campanhas, mas desta vez o cenário é ainda crítico pelas limitações impostas pela pandemia da COVID-19.
Certo, certo mesmo, é que o treinador principal vem do estrangeiro e terá como adjuntos dois nacionais, segundo apurou o “O País”.
Já assim foi em 2019, no “Afrobasket” de Dakar, Senegal, com o espanhol Julian Martinez à cabeça da selecção nacional e Deolinda Carmen Ngulela e Simão Mataveia como adjuntos.
Desconhecido para alguns e nem tanto para outros, Martinez tinha uma folha de serviço na qual se destaca passagens pelo Fenerbahce da Turquia (2011/2012) e selecção sénior feminina da Letónia (2008/2009 a 2010/2011) como treinador-adjunto e Campus Promete da Espanha.
Em Dakar, levou Moçambique ao quarto lugar no “Afrobasket” depois de ter perdido com o Mali (66-54) em jogo de atribuição do terceiro lugar.
Feitas as contas, a selecção nacional de basquetebol teve um saldo de três vitórias (Quénia, por 55-39, Cabo Verde, por 60-51, e Egipto, por 80-66) e duas derrotas (Senegal, por 60-57 e Mali, por 66-54).
Como resultado do quarto lugar, Moçambique não só se qualificou para o torneio pré-olímpico como também assegurou o apuramento directo para o “Afrobasket” 2021.
Ferroviário de Maputo e Costa do Sol, campeão e vice-campeão, respectivamente, deverão voltar a dominar a convocatória da selecção nacional de basquetebol sénior feminino.
Aliás, são as equipas que mais investiram nos últimos anos na contratação de atletas de treinadores.
O grande “dilema” prende-se com as internacionais Ingvild Mucauro e Eleutéria “Formiga” Lhavanguane, duas atletas que não têm estado a jogar depois de se transferirem do Ferroviário de Maputo para o Costa do Sol.
O Ferroviário de Maputo reclama que as internacionais basquetebolistas moçambicanas ainda têm mais um ano de contrato, mas estas defendem que o mesmo já cessou.
O “caso” está agora sob alçada da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB) que, certamente, deverá se pronunciar sobre o “braço-de-ferro” na conferência de imprensa desta quarta-feira.
Esta poderá ser a última aparição (em “Afrobasket’s) de um leque de atletas que têm representando Moçambique há cinco/seis edições da prova.
MAIS DÚVIDAS QUE CERTEZAS
Com o arranque da Liga Endesa marcado para o próximo dia 25 de Setembro, pairam no ar algumas dúvidas sobre a disponibilidade de Tamara Seda para representar Moçambique no “Afrobasket” 2021.
Uma das mais preponderantes atletas da equipa espanhola, tendo sido nomeada MVP da mesma na temporada 2020-2021, Tamara Seda tem a sua estreia diante do Spar Girona no “Polideportivo Mendizorrotza”.
Seda campeou recentemente em Angola ao serviço do D’Agosto, para além de ter sido considerada MVP da prova. Há dois anos, “saiu com o estatuto de melhor ressaltadora do Afrobasket”
E é precisamente dia das Forças Armadas e Defesa de Moçambique que Leia “Tanucha” Dongue inicia também a época 2021-2022 no Nantes Rezé Basket. Tanucha joga no “Salle Sportive Métropolitaine de la Trocardière” diante do USO Mondeville Basket!
ANGOLA JÁ PROJECTA “AFROBASKET”
À atenção de Moçambique: Angola, bicampeã africana e adversária de “MOZ” no grupo B juntamente com a Nigéria, já está a fazer jogos de controlo tendo em vista o “Afrobasket” 2021.
Sob comando de Walter Costa, “coach” que tirou protagonismo ao Inter Clube com o suporte das moçambicanas Onélia Peróla Mutombene e Tamara Seda, as angolanas contabilizavam, até esta terça-feira, 10 unidades de treino.
Aliás, há perspectiva de se baterem já na quinta-feira com a equipa de cadetes do Petro de Luanda e, no sábado, testarem-se com o Núcleo de atletas da centralidade do Kilambo.
O adversário de Moçambique trabalha com 20 jogadoras, nomeadamente Fineza Eusébio, Regina Pequeno, Cácia António, Rosa Gala, Rosemira Daniel, Denise Pascoal, Eizabeth Mateus, Ana Gonçalves, Edvânia Pascoal, Avelina Peso, Joana António, Eduarda Gabriel, Nadir Manuel, Jéssica Malage, Cristina Matiquite, Angelina Golome, Nazaré Lopes, Whitney Miguel, Clarice Mpaka e Márcia Carvalho.
Campeã africana em 2011 (Bamako, Mali) e 2013 (Maputo, Moçambique), Nacissela Maurício é agora vice-presidente da Federação Angolana de Basquetebol. E, em entrevista ao Jornal de Angola, deixou claro que dificilmente haverá estágio pré-competitvo fora do país.
“Tem sido um esforço grande colocar as condições de trabalho na selecção nacional de basquetebol feminino. Retiramos um pouco das verbas alocadas para a selecção masculina para acudir a feminina. Faltam apoios para as senhoras, por isso, estamos abertos para quem quiser prestar qualquer tipo de apoio à nossa selecção”, apelou Nacissela, citada pelo Jornal de Desporto.
Por sua vez, Walter Costa, seleccionador de Angola, referiu que um estágio seria ouro sobre azul até para poder “rodar as atletas”.
Sem estágio fora, resta agora testar-se com equipas de cadetes.
Moçambique prepara participação no Afrobasket numa corrida contra o relógio.