As conversações entre o Governo e a TotalEnergies podem terminar em uma semana e retomar-se os projectos que a multinacional desenvolve na Bacia do Rovuma. A informação foi tornada pública nesta quarta-feira pelo Presidente da República na abertura da vigésima Conferência Anual do Sector Privado (CASP), na Cidade de Maputo.
“E falando de projectos, gostaria de aproveitar esta ocasião para dizer que estamos a trabalhar, como Governo, de segunda a segunda, 24/24 horas, para a retoma dos projectos do Rovuma. Se tudo correr bem, daqui a mais ou menos uma semana, no máximo, vamos concluir as conversações com o projecto que é liderado pela Total para podermos retomar”, disse o Chefe do Estado.
Depois do anúncio público do levantamento da força maior, “neste momento já houve a comunicação oficial para todos nós. Estamos a trabalhar para fechar os pontos que achamos importantes para o benefício tanto do povo moçambicano como de quem está a investir, para retomarmos o projecto o mais rápido possível”.
Daniel Chapo revelou que nas suas conversações em Houston [Estados Unidos da América] com a ExxonMobil ficou claro que assim que houver retoma do projecto da TotalEnergies, aquela multinacional também vai começar a trabalhar com o Governo moçambicano de modo que “nos meados do próximo ano, o mais tardar Junho ou Julho, possa haver decisão de Investimento da ExxonMobil”.
“A ENI já assinou publicamente os investimentos para a Coral Norte, que é o segundo projecto. A Total, com o levantamento da força maior, retoma o projecto o mais breve possível, e a seguir vai-se a assinatura dos contratos com as pessoas que vão executar as obras, com as empresas nacionais e estrangeiras. A seguir, vamos ter a decisão definitiva de investimentos da ExxonMobil. Estamos a falar de cerca de quatro projectos avaliados em cerca de 50 biliões de dólares norte-americanos. Precisamos trabalhar todos nós”, apelou Chapo.
Para que haja maior capitalização dos projectos em manga na Bacia do Rovuma, o Presidente da República disse que o sector privado e o Governo devem trabalhar na questão relacionada com o “conteúdo local, que é extremamente importante para que as empresas nacionais tenham oportunidade de negócio nestes megaprojectos”.
“Igualmente, queremos aproveitar esta ocasião para dizer que estamos a trabalhar, no âmbito da responsabilidade social corporativa, para que as comunidades locais também se beneficiem destes projectos. É nossa visão pegar nos recursos que vão resultar dos projectos de gás do Rovuma para investir nas nossas áreas tradicionais de desenvolvimento, para a diversificação da nossa economia. Estamos a falar da agricultura, que vai continuar a ser a nossa grande prioridade; o turismo, uma grande prioridade; infraestruturas, uma grande prioridade. Estamos, neste momento, a trabalhar na Estrada Nacional Número 1 para que esteja em condições, e possamos circular sem sobressaltos. Estamos, neste momento, a trabalhar no troço Save até Inchope”.
A estrada Inchope-Gorongosa já está melhorada e, neste momento, “estamos a mobilizar o empreiteiro, e dentro dos próximos dias”, o Ministério dos Transportes e Logística fará, em Gorongosa, o lançamento da primeira pedra da reabilitação dos troços Gorongosa-Rio, Rio-Nicoadala e Metoro-cidade de Pemba.
O Executivo compromete-se a continuar, nos próximos cinco anos, a melhorar as estradas, principalmente a espinha dorsal de desenvolvimento que é a EN1, bem como “investir na industrialização para o emprego da juventude e, ao mesmo tempo, nos recursos minerais e, também, na energia”.

