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Compensações causam problemas nos transportadores

Em Maputo, os operadores ameaçam agravar a tarifa em sete Meticais se o Governo não pagar o que é devido até segunda-feira; em Sofala, os transportadores desmentem o ministro do pelouro e dizem que nunca receberam valor algum.

Estão exaltados os ânimos dos transportadores em Maputo. O motivo é que não estão a receber as compensações prometidas pelo Governo para evitar o agravamento de sete Meticais na região do Grande Maputo.

Hoje, os transportadores juntaram-se para deliberar sobre o passo a seguir, já que os subsídios que os tinham feito desistir do agravamento não estão a ser pegos. Nisto, uma decisão colheu consenso dos operadores: se até segunda-feira o Governo “não se aproximar a nós para explicar e pagar, vamos cobrar na porta”, ou seja, o preço será agravado à revelia.

Quem faz a ponte entre os operadores e a Agência Metropolitana de Transporte é a Federação Moçambicana de Transportes Rodoviários (FEMATRO). Também a associação esteve lá representada pelo presidente Castigo Nhamane, que não tem tão boas notícias. “Não era nossa vontade, mas não há milagres a serem feitos. Não podemos fazer nada diante desta decisão dos operadores.”

Não falta diálogo permanente com a contraparte da AMT, o problema mesmo está na materialização. Aliás, “hoje mesmo, falei com o PCA da AMT, que me garantiu que, ainda esta semana, serão canalizados os valores, só espero que haja cumprimento, porque isto foi uma conversa telefónica. Se eles pagarem, vai ser possível acalmar os ânimos”.

Mas os ânimos não serão acalmados se o modelo de pagamento for o que foi usado para as compensações anteriores. É que uma parte recebeu e a maioria, não. Esse é outro problema: os critérios. “Não sabemos como escolheram os que deviam receber e os que não”.  

Por falar em pontos por explicar, há muitos. Por exemplo, na semana passada, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, disse que ele próprio tinha encabeçado o pagamento de compensações aos transportadores na Beira. Nos seguintes termos: “Eu, pessoalmente, fui lá ter com eles e estão a receber o mesmo apoio que todos”, disse o ministro.

Parece ter chegado a pessoa do ministro, mas o dinheiro, não. É que, hoje, o “O País” fez uma entrevista aos transportadores da Beira, que disseram que nenhum dos seus membros recebeu valor nenhum a título de compensação.

E para todos, o ministro, ainda na semana passada, quis deixar claro que para receber a compensação, “é preciso que estejam registados”.

Na última semana, a Agência Metropolitana disse que as outras zonas urbanas, como Beira, ainda não reuniram os dados requeridos para que o Banco Mundial desbloqueie o dinheiro.

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