O boletim informativo periódico do Banco Central sobre “Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação”, publicado hoje, aponta que as perspectivas para os próximos meses indicam para uma desaceleração da inflação (subida do nível geral de preços) anual em virtude do aumento da oferta dos produtos agrícolas (condições climáticas favoráveis e tréguas no conflito militar); apreciação do Metical; efeito do ajustamento em baixa dos preços dos combustíveis líquidos; e desaceleração da inflação de produtos alimentares na África do Sul.
Esta previsão já tinha sido equacionada em finais do ano passado, quando a inflação atingiu um dos picos históricos de 25.27%, com o início do ajustamento dos indicadores de estabilidade levadas a cabo pelo Banco Central através do ajustamento das taxas de juro de referência (também conhecidas por taxas directoras).
De facto, a inflação começou a abrandar e o Banco de Moçambique lembra que nos meses de Abril e Maio de 2017 voltou-se a observar um abrandamento da inflação (subida do nível geral de preços), com os preços internos, medidos através do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Moçambique, a aumentarem em apenas 0,75% (abaixo da inflação de 2,11% registada no período de Fevereiro a Março). Este incremento dos preços elevou a inflação acumulada para 5,09%, mas ainda assim abaixo do observado em igual período de 2016 (8,47%), reforçando assim as perspectivas de refreamento das pressões inflacionárias.
Com efeito, apesar de ainda se manter a um nível elevado, a inflação anual abrandou de 21,57%, em Março para 20,45% em Maio (18,27% no período homólogo de 2016). Entretanto, a inflação média anual reforçou a sua trajectória de aumento ao fixar-se em 22,33% (8,60% em Maio de 2016).
A desaceleração da inflação anual foi determinada, fundamentalmente, pelo abrandamento dos preços dos produtos alimentares.