O País – A verdade como notícia

Ataques a carros: “Governo não tem vontade de acabar com o problema”

Foto: O País

Os transportadores internacionais de passageiros acusam os governos de  Moçambique e da África do Sul de nada fazerem para acabar com a onda de destruição de veículos nacionais na África do Sul. Os transportadores dizem que, para já, a solução passa por escoltar as viaturas.

Quase dois meses depois do primeiro episódio de vandalização de viaturas com matrícula moçambicana, na África do Sul, a 7ª Comissão, a Comissão das Relações Internacionais, Cooperação e Comunidades da Assembleia da República, chamou os transportadores internacionais de passageiros para auscultá-los em torno dos ataques a viaturas com matrícula moçambicana na República da África do Sul.

Do encontro que durou cerca de uma hora, a Comissão dos transportadores saiu com a convicção de que a situação de insegurança vai acabar em breve.

“Nós já falamos com o Ministério dos Transportes e Comunicações, já tivemos a resposta. O Ministério dos Transportes já encaminhou o caso ao Ministério do Interior. Esta Casa aqui é a Casa do Povo, é a Casa das Leis, onde as Leis são feitas. Estes ministérios são obrigados a cumprir o que esta Casa diz. É essa convicção que tenho de que as coisas vão melhorar”, partilhou Frederico Ambrósio, representante da Comissão dos Transportadores Internacionais de passageiros do sul do Save.

Os transportadores consideram, na ocasião, que as propostas até aqui apresentadas pelo Governo para acabar com a insegurança na rota Maputo–Durban são insuficientes.

“Se os Governos realmente quisessem agir de boa vontade já teriam resolvido isto. Estarem um ou dois polícias a civil, na viatura, ou se não querem isso, ir atrás dessa viatura, quando mandada parar, os polícias saem e prendem os criminosos”.

Por sua vez, a Assembleia da República, através da Comissão das Relações Internacionais, Cooperação e Comunidades, garantiu que vai propor recomendações ao Governo.

“Iremos encaminhar a quem de direito as propostas de soluções. Por exemplo, de curto prazo seria assegurar a segurança rodoviária na rota Maputo–Durban, a médio e longo prazo seria investigação, responsabilização e ressarcimento dos bens perdidos”, disse Catarina António, presidente da 7ª Comissão do Parlamento.

Os transportadores dizem não conhecer as razões para a vandalização de viaturas na África do Sul. O que se sabe, para já, é que os operadores somam mais de 20 milhões de meticais em prejuízos, decorrentes da queima de quatro autocarros.

Segundo os transportadores, totalizam-se 15 viaturas com matrícula moçambicana queimadas na África do sul, sendo quatro de transporte de passageiros e 10 de particulares.

O primeiro caso foi registado no dia 24 de Janeiro e o caso mais recente aconteceu na semana passada, quando um motorista moçambicano que transportava mercadoria na rota Durban–Maputo foi interceptado, no território sul-africano, por três indivíduos que o obrigaram a abandonar a viatura. De seguida, atearam fogo sobre o veículo.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos