As Nações Unidas reúnem a partir desta terça-feira na sua 75ª Assembleia-Geral, mas pela primeira vez os líderes mundiais ficam em casa e a reunião é quase exclusivamente virtual, devido à pandemia da COVID-19.
Este ano a reunião magna será diferente de qualquer outra realizada até hoje, uma vez que os líderes mundiais foram “convidados” a “ficar em casa” e a dirigir-se ao mundo através de discursos pré-gravados que serão transmitidos posteriormente ao longo dos vários dias do debate geral, entre 22 e 29 de Setembro.
Apesar deste apelo feito aos dirigentes mundiais – para evitar as habituais concentrações de delegações na sede da organização em Nova Iorque (Estados Unidos da América) no âmbito das medidas de prevenção relacionadas com a actual crise pandémica – as Nações Unidas relembraram, esta semana, que qualquer líder mundial tem o direito de comparecer pessoalmente.
Entre os 193 Estados-membros da ONU, houve pelo menos um que já manifestou essa intenção: o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que planeia falar a partir da tribuna da Assembleia-Geral a menos de dois meses de disputar as presidenciais norte-americanas e tentar a reeleição, segundo a informação a que “O País” teve acesso através do sítio na internet da Rádio Moçambique.
“Pretendo deslocar-me directamente às Nações Unidas para fazer o discurso”, disse o chefe de Estado norte-americano, em declarações feitas em meados de Agosto.
A 75ª Assembleia-Geral das Nações Unidas teria um significado particular este ano, pois tencionava assinalar, ao mais alto nível, os 75 anos das Nações Unidas. Apesar dos constrangimentos, a efeméride será assinalada na mesma, diz a Rádio Moçambique.
No dia 21 de Setembro, um evento na sede da ONU, que terá direito a uma transmissão online, pretende “gerar um apoio renovado ao multilateralismo”, segundo anunciou a organização, frisando que a iniciativa surge num momento “em que muitos acreditam [que este apoio] se tornou cada vez mais urgente à medida que o mundo enfrenta a pandemia da COVID-19”.
Espera-se que António Guterres intervenha, presencialmente, nesta reunião de alto nível.
Neste mesmo evento, está previsto que os 193 Estados-membros adoptem uma declaração conjunta sobre o 75º aniversário da organização, que mencione os sucessos e os fracassos da ONU, mas que também assuma o compromisso de construir um mundo pós-pandémico mais equitativo, cooperante e protector do planeta.