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Aposta na paz deve continuar mesmo quando os conflito acabam

Foto: O País

Lourenço do Rosário é um dos oradores convidados à Conferência Internacional sobre promoção da paz e Segurança Internacionais, na Cidade de Maputo. Na apresentação do seu pensamento, o académico debruçou-se sobre o tema “O processo de transição do conflito para paz: o longo caminho para a democracia”.

Segundo Lourenço do Rosário, a gestão de conflitos e a busca da paz é sempre algo inabacabo, que pode regredir se não forem sistematizadas. “Não devemos ficar descansados quando um conflito acaba, temos de ficar atentos a todos os sinais sobre a não aceitação de um debate público sobre as nossas opiniãos. Só com debate público podemos falar de democracia”.

Sobre a importância da tolerância na busca e na preservação da paz, o professor universitário lembrou que o comprometimento dos líderes políticos é essencial. Para sustentar tal ideia, Do Rosário contou que, quando foi eleito Presidente da República, mesmo antes de ser presidente da Frelimo, Filipe Nyusi procurou Afonso Dhlakama, para tratar da paz. Segundo o académico, Nyusi teve desaprovação de alguns membros do partido. Ainda assim, encontrou-se “clandestinamente” com o então presidente da Renamo em Gorongosa, porque receiava que os seus “camaradas” desaprovassem a sua viagem, até por questões de segurança. O resultado é que conseguiu alcançar os acordos necessários para a paz que os moçambicanos almejavam.

No lançamento do debate, Lourenço do Rosário disse ainda que para a consolidação da democracia e da paz não basta criar um sistema e instituições. A cultura de aceitação do outro, da intolerância e de debates de ideias no espaço público é indispensável.

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