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Repatriadas 800 famílias do Malawi para Moçambique

Foto: O País

Inicialmente, as autoridades previam o repatriamento de 1617 famílias, o correspondente a oito mil pessoas. No entanto, foram repatriadas cerca de 800 mil famílias, o que corresponde a quatro mil pessoas. Nas operações de repatriamento, o processo de coordenação foi feito pelos dois países, no entanto todos os encargos estão a ser suportados pela parte moçambicana. O processo de repatriamento não é obrigatório e há quem tenha ficado, por escolha própria, no Malawi.

Já estão tecnicamente encerrados todos os oito centros de acolhimento  de refugiados moçambicanos no Malawi, onde, durante os últimos seis meses, estiveram, inicialmente, 2500 famílias oriundas do distrito de Morrumbala, província da Zambézia. As famílias entraram naquele país através de pequenas embarcações passando pelo rio Chire que faz fronteira com os dois países.

O processo de repatriamento estava previsto que durasse cerca de uma semana, mas a flexibilidade dos intervenientes envolvidos nas operações ditou para menos de 48 horas. Os quatro autocarros e duas camionetas dedicavam-se ao transporte de moçambicanos desde os centros de acolhimento até ao rio Chire, donde tomavam as pequenas embarcações, em número de quatro pilotados pela Unidade de Protecção Civil (UNAPROC).

Além da flexibilidade, o processo de repatriamento foi muito menos daquilo que se previa em termos de número da população. Sucede que, quando abrandaram as chuvas, algumas das 2500 famílias, que estavam nos centros de acolhimento no distrito de Nsanje, no Malawi, decidiram regressar, por si só, à casa, por isso o número baixou para 1600 famílias e, deste, metade decidiu ficar no Malawi dado os laços que criaram com os malawianos. No caso, ficam por conta própria.

O director nacional para área de Prevenção e Mitigação no INGD, César Tembe, fez o balanço do processo de repatriamento dos últimos dois dias. Fez saber que o encerramento dos centros de acomodação é técnico porque ainda deverá haver uma reunião com a contraparte malawiana para oficializar. “Estamos satisfeitos com a forma como o trabalhou ocorreu, a organização e a vontade dos compatriotas em regressar ao país, bem como o envolvimento de todos no processo”, disse o responsável.

A delegação moçambicana envolvida nos trabalhos seguiu, no último sábado, junto a outros responsáveis malawianos para sete centros, dos quais dois estavam abandonados, ou seja, sem sequer um moçambicano. A monitoria dos centros foi feita ontem, domingo, para aferir se ainda existem moçambicanos inscritos com vontade de regressar à casa.

As famílias repatriadas para o país mostraram-se satisfeitas em regressar às regiões de origem.  Elizabeth Gambulane, uma rainha da localidade de Chire, chegou a Malawi, no último sábado, para ver famílias da sua comunidade. Na sua intervenção, deixou claro que, em Moçambique, há condições para todos, por isso apelou aos compatriotas para regressarem à pátria amada.

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