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António Carlos do Rosário diz que PROÍNDICUS, MAM e EMATUM tinham sua própria fonte de renda

Foto: O País

António Carlos do Rosário disse ao Tribunal, no seu terceiro dia de audição, que as três empresas MAM, PROÍNDICUS e EMATUM tinham a sua própria fonte de renda

Segundo disse Carlos António do Rosário, as fontes de renda da empresa PROÍNDICUS eram a segurança de Oil e gás e outros e serviço de escolta e protecção destes produtos desde o local de exploração até ao de exportação. Estes serviços rendiam à empresa cerca de 200 milhões por mês.

As projecções é que a empresa rendesse entre 350 milhões de dólares a um bilião de dólares, prestando serviços a todos os operadores na Zona Económica Exclusiva.

A principal fonte de rendimento da empresa EMATUM eram pesca do atum e fauna acompanhante (outras espécies marinhas de grande valor) e rendia cerca de 90 a 200 milhões de dólares, por ano, avança o réu.

Do Rosário afirmou ainda que, desde a sua criação, a EMATUM dedicou-se à sua principal vocação e, nesse processo, a empresa pescou e exportou atum desde finais de Dezembro de 2014 a 2016. Só no primeiro ano, a empresa rendeu perto de 4 milhões de dólares, operando com apenas quatro embarcações.

Quanto à empresa MAM, as fontes de rendimento eram a construção e reparações navais, prestação de serviços de ferro e aço a qualquer operador comercial, privado ou estatal, construção de barcos e trabalho de logística à indústria de Oil e gás.

As três empresas faziam parte do projecto SIMP, sendo a EMATUM e PROÍNDICUS veículos que tinham um cunho de segurança da zona.

Do Rosário não se revê no estudo apresentado pelo Ministério Público, entregue ao Ministério da Economia e Finanças, para servir de garantia.

DO ROSÁRIO AFIRMA QUE FOI NYUSI QUEM SUGERIU FINANCIADORES

Ainda na audição desta sexta-feira, António do Rosário afirmou ter sido o então ministro da Defesa Nacional, à data dos factos Filipe Nyusi, actual Presidente da República, quem identificou o Credit Suisse como o banco que iria financiar o projecto de protecção da Zona Económica Exclusiva.

Do Rosária afirmou que foi através de uma carta que Nyusi comunicou o então ministro das Finanças, Manuel Chang, sobre a existência de financiador.

Nesta senda, o Ministério Público apresentou documentos que provam o envolvimento de mais pessoas na identificação de financiadores, incluindo os réus Teófilo Nhangumele e António do Rosário. No entanto, o réu desconhece a carta elaborada por Iskander Safa.

“No SISE, nós trabalhamos em compartimentação. Eu só entro onde sou chamado, quando não sou, não entro. Eu não tinha como saber como esta carta foi entregue, pois eu não era chefe da pessoa, apenas coordenador do projecto”, disse o réu, justificando o facto de não reconhecer a carta de Iskander Safa, enviada ao então Presidente da República, Armando Guebuza.

O réu diz que ele era o elo entre Iskander Safa e o projecto, por isso não percebe, nem acredita que o Iskander Safa possa ter escrito uma carta dirigida a Armando Guebuza.

 

DO ROSÁRIO DIZ QUE O VALOR DO PROJECTO SEMPRE FOI DE 622 MILHÕES DE METICAIS

Sobre os valores disponibilizados para o projecto de protecção da Zona Económica Exclusiva, António do Rosário diz estar admirado com os números avançados, pois no projecto que ele dirigiu apenas reconhece  o valor total de 622 milhões de dólares, desde o início.

O réu disse, ainda, que “na fase da celebração dos contratos de financiamento tivemos que parcelar os valores, sendo o primeiro contrato de USD 372 milhões e o segundo USD 250 milhões, o que corresponde a USD 622 milhões de dólares”.

Com estas declarações, o réu rejeita as declarações do Ministério Público de que o valor inicial teria sido de USD 320 milhões , tendo logo de seguida, com sua orientação, sido acrescentado 50 milhões de dólares (codificado por 50 galinhas da mesma raça) e outras mais vezes até que se chegou ao valor de 622 milhões de meticais.

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