Os bairros Liberdade e Machava Bunhiça, no município da Matola, Província de Maputo, vivem dias cada vez mais difíceis, devido ao fraco escoamento da água da chuva. Os munícipes pedem, mais uma vez, a intervenção da edilidade.
Ruas alagadas, valas de drenagem entupidas, lama e erosão dos solos são problemas que caracterizam alguns bairros do município da Matola.
Com as ruas que dão acesso à sua casa intransitáveis, Georgina Francisco, residente no bairro Liberdade há mais de 45 anos, conta que o problema é antigo e clama pela intervenção das autoridades competentes.
“Estamos a pedir socorro, pois já estamos a viver um inferno. Não podemos sair à vontade às ruas, nem sequer receber visitas. Até quem tem carro não pode trazer (o seu veículo) por conta das condições”, lamentou a moradora.
Sempre que chove, o drama das inundações agrava-se naquele bairro, devido ao fraco sistema de escoamento. Ademais, a água da chuva invade até os quintais das residências.
Cansada da situação, Assínia Francisco, outra moradora, decidiu improvisar uma vala de drenagem na sua casa.
“Nós vivemos na água. Mesmo para podermos circular aqui, no quintal, eu tive que fazer uma drenagem que nos dá acesso à rua”, queixou-se Assínia.
Segundo os moradores, para não viver em casas alagadas, alguns proprietários decidiram abandoná-las, facto que criou condições para o crescimento do capim, aparecimento de mosquitos e surgimento de doenças como a Malária.
A situação é também crítica no bairro Machava-Bunhiça, onde a fúria das águas tem agravado o problema da erosão dos solos.
Com os muros a caírem, a família Bomba, que tem o seu estabelecimento comercial ao pé da rua, teme que o pior aconteça.
“Queremos muito que o município traga soluções para os problemas das nossas vias de acesso, mas parece que é algo impossível”, disse Munguambe Bomba, chefe de família.
Fartos de promessas não cumpridas, os munícipes dizem-se indignados com as autoridades.
“Já se passaram anos e anos. Sempre que pedimos respostas para estes problemas, eles prometem resolver a situação, mas só vêm tirar capim”, acrescentou Georgina Francisco.
Sobre o assunto, a edilidade da Matola, contactada telefonicamente pelo “O País”, prometeu pronunciar-se esta terça-feira.